quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

História da Filosofia Vs. Verdade Universal

Começo a pensar que realmente seja desperdício dispensar tantos esforços numa empresa como "A Busca da Verdade Universal"! De repente eu deveria concentrar minha atenção em algo mais promissor. Quem sabe se canalizasse essa energia na busca por algo mais concreto, como o entendimento de nossa indolência, ou ainda a origem da nossa ignorância! Ora, todos os problemas da filosofia tem sua origem na questão principal que é a busca pela Verdade Universal, e cada filósofo faz o mister de dizer que a encontrou: Kant no Iluminismo e seus princípios a priori e a posteriori, Descartes na Razão, Hume no Empirismo, Hegel na Dialética, Marx no materialismo, etc. Eles expremeram bastante suas geléias cerebrais, mas não chegaram ainda a ser convincentes. Os Pré-socráticos foram até melhores nisso, procurando um elemento básico que fosse a base de todas as outras coisas existentes. Nesse sentido Tales de Mileto procurou na água a origem de tudo o que existe. Anaximandro de Mileto, discípulo de Tales, acabou por substituir a água pelo ápeiron, isto é, o Ilimitado, o indefinido. Anaxímenes de Mileto, discípulo de Anaximandro optou pelo ar. Heráclito de Eféso que viria depois, e descobriu a máxima da eterna mudança, algo como "tudo muda exceto a própria mudança" que serviu de base para o Eterno Retorno nietzscheano. (Outro dia estava na internet procurando alguma coisa sobre Nietzsche quando li "esqueci como se escreve o nome deste fresco!" - Fui obrigado a rir...) Comecei a estudar os Pré-socráticos com dezoito anos, quando ganhei de aniversário o História do Pensamento Ocidental do Bertrand Russel  A physis (Natureza do Universo) era questionada e se buscava uma formulação. Toda essa troca de elementos pode parecer arbitrária, mas não era. Toda a escolha teve um embasamento prévio e uma justificativa plausível. Já com Sócrates o pensamento começa a entrar em devaneio e começa a ganhar um critério cada vez mais inútil. Essa é a grande contribuição de Sócrates para a filosofia, torná-la inútil. Com a retórica e a hermenêutica a Filosofia acabou sendo um amontoado de contradições. Não sei se Nietzsche colocava as coisas nesses termos, no entanto, lembro-me bem de que ele também não nutria grande afeição pelo responsável pela máxima "Só sei que nada sei" e até dizia que isso era nostalgia da ignorância. Destarte, não alço vôo muito longe, também tenho nutrido certo receio com Sócrates. Dentro desses princípios acho que descambaria para uma visão mais espiritual como Anaxímenes. A Filosofia acabou por seguir os caminhos de Heráclito, o movimento, a mudança que acabou gerando a dialética e ocupou praticamente três séculos do pensamento filosófico. Meu receio é que toda essa busca não dê origem nem a um rato.

Igan Hoffman

3 comentários:

  1. Essa história ....já virou ladainha !!!
    Cheguei a seguinte conclusão ,de que você deve continuar buscando essa maldita verdade ...virou questão de honra e vou te ajudar no que for preciso ...

    Ps:Você é louco ,mas te adoro


    BJOS!!Justine

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  2. Acho todo mundo que fala em uma verdade um tanto prepotente, pois se tem uma coisa que muda muito de tempos em tempos é a verdade.
    Acho um pouco de disperdício o tempo que passei lendo alguns livros de filósofos conceituados e outros nem tanto, como acho um pouco de perda de tempo eles terem escrito.
    Se bem que são muito interessantes...
    abraço, e que belo texto, que belo ensaio...
    http://lauromullernews.blogspot.com

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  3. Talvez você leve um pouco de tempo para achar a sua verdade...
    Achar a verdade universal já é outra história bem diferente. Seres humanos são muito subjetivos, o que torna tudo muito mais complicado e belo...
    Ótimo texto.
    Abraço!
    http://segunda-dose.blogspot.com

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