sábado, 28 de abril de 2012

Virtude é República

No livro O Espírito das Leis, Capítulo III - Do princípio da democracia, o filósofo e político Charles de Montesquieu (1689 - 1755), escreveu que "(...) num Estado popular se precisa de um motor a mais, que é a VIRTUDE." E prossegue "(...) quando num governo popular as leis tiverem cessado de ser executadas, como isto só pode vir da corrupção da república, o Estado já estará perdido." Ainda sustentando seu argumento, rebusca nos gregos tal noção "Os políticos gregos, que viviam no governo popular, não reconheciam outra força que pudesse sustentá-los além da virtude. Os de hoje só nos falam de manufaturas, de comércio, de finanças, de riquezas e até de luxo." E continua, "Quando cessa esta virtude, a ambição entra nos corações que estão prontos para recebê-la, e a avareza entra em todos. Os desejos mudam de objeto; o que se amava não se ama mais; era-se livre com as leis, quer-se ser livre contra elas; cada cidadão é como um escravo fugido da casa de seu senhor; o que era máxima é chamado rigor; o que era regra chamam-no incômodo; o que era cuidado chamam-no temor. (...) Antes, o bem dos particulares formava o tesouro público; mas agora o tesouro público torna-se patrimônio de particulares."
Bem, os políticos brasileiros não leram Montesquieu. Como, passado mais de duzentos anos destas admoestações que aparecem nO Espírito das Leis, perseguimos o caminho justamente equivocado? Parece que queremos fazer tudo o que é nocivo à República. No Estado atual das coisas, eu não estranharia que fosse mesmo essa a inclinação de alguns políticos, principalmente da esquerda, na tentativa de ruir com esse tipo de governo, e implantar a despotismo. É bom mantermos os olhos bem abertos, pois não é possível que desconheçam que aquilo que estão fazendo constitui um grande perigo para à República. Fica a dica: uma leiturinha de Montesquieu nesse momento que o Brasil vai enfrentando, aguardando a decisão do STF em julgar o que foi erguido na CPI do Mensalão, é de bom tom...

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