segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Um Pouco de Mim Mesmo

          Novamente um recomeço! De tantos recomeços eu já nem sei mais o que estou recomeçando... Perdi-me, é certo! Resgatar-me será tarefa árdua! Recuperar-me e recuperar Igan Hoffman. Só há uma forma de execução: mudar! Mudarei pura e simplesmente por estar cansado de ser como tenho sido, por estar cansado de tantos e tantos recomeços. Quanto tempo perdido! Hei de pagar caro, certamente! O que eu fiz de mim não vale uma página deste blog, não vale! Mas ainda tenho os dedos ágeis para a digitação, ainda tenho o cérebro aceso quando necessito dele, ainda sei que a maioria dos meus problemas não encontraram solução e são também o problema de muitos outros. Por mais que essa tontura me atrapalhe, essas dores no pescoço me tirem a tranquilidade, eu ainda vivo. Enquanto vivo pretende escrever, registrar, marcar o espaço que ocupo com palavras. Não sei fazer diferente e não pretendo ir muito além disso. Minha vida que era para ser assumidamente  a de um escritor, não pode ainda seguir por esse rumo exclusivamente, mas eu continuo tentando, sem mesmo saber se vou conseguir, seguindo apenas com o propósito.
          Um café, o cigarro que já não fumo mais, uma mesa para apoiar o notebook, a mão passando no queixo, na barba, na testa, a atitude reflexiva. O pensamento vai além dessa tela, além dessa sala, além desse prédio. Acho que preciso de óculos! Enquanto estou aqui nessa posição, exercitando minhas faculdades mentais no ofício de escritor, estou feliz! No silêncio desta sala eu me sinto um pouco só. Seria bom também escrever em algum lugar com certa movimentação de pessoas, para sentir a realidade mais perto e fugir um pouco da solidão. Entretanto, o escritor é sempre um solitário! Sinto falta de um cigarro! O tempo corre e eu sinto que esse tempo que passou não foi em vão. Consagrei vinte três minutos de minha vida, agora, a digitar o que aqui vai, a marca deletéria de minha existência absurda...
          Saudade dos clássicos modernos. Saudade de ler Sartre, Nietzsche, Foucault, etc. Saudade de conversar com Jonhn Mafra, noite adentro, sobre os grandes problemas da humanidade. Saudade de uma vida intelectual ativa, não essa vida de suçuarana. Saudade da minha terra! Saudade de minha filha! Saudade de minha avó que conheceu a morte! Não, meu coração não é este porto de melancolias daquilo que já passou, mas em algum momento do passado eu me perdi, e desde então minha vida foi um eterno procurar a si mesmo. Gostava quando eu ficava em casa lendo o dia inteiro, escrevendo, desenhando, enfim, quando eu tinha uma vida intelectual ativa, mesmo que não conhecida, mas minha que me dava orgulho de ser, de existir. Parece simples uma mudança agora, mas não é, a vida de outras pessoas está agora em jogo, como a da minha filha por exemplo. Somos aquilo que fizemos do que foi feito da gente, já dizia Sartre. É isso que sou agora, sem mais...
 
 

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