quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Bando de Entulho!

         Criticar a sociedade? Já não é mais uma mera perda de tempo fazer qualquer coisa nesse sentido? De que adianta a crítica se já ninguém tem mais paciência para críticas. E também já ninguém mais acredita em qualquer mudança social.
          Hoje mesmo quando estava indo para o trabalho peguei um trânsito infernal. Fiquei pensando comigo "quem criou essa desgraça toda de veículos?". Fiquei pensando em quantas porcarias criamos sem saber, em como talvez a vida fosse bem melhor quando anoitecíamos à luz dos lampiões. Mas eu nunca anoiteci á luz de um lampião, como posso então saber disso? E talvez não é que a vida não seja boa, a minha vida talvez é que não esteja boa; digo boa mesmo o suficiente para mim, para meus critérios, para minhas exigências. Porque pode em certos momentos não transparecer mas sou exigente em relação a minha vida. Tão exigente que chego as vezes a ter ódio de mim mesmo, por não ter feito certa coisa, por não ter aproveitado as horas, por não ter tido disciplina, por não ter sido mais esperto. Mas é como a vida é, entre erros e acertos e tropeços, vamos criando nosso caminho a medida que caminhamos. Se ando entre espinhos é a nível de experiência então, não por masoquismo.
          Está bem, que alguém diga "como podes criticar os veículos se era um que te conduzia para o trabalho?". Mas também eu estou fazendo minha parte de destruição. É certo que poderia utilizar uma bicicleta, mas primeiro fizeram estradas para os veículos, depois tentaram alguma coisa de ciclovia. O trajeto de casa até o trabalho de bicicleta oferece muito risco. Sendo dessa forma o jeito foi pegar o meu carro e seguir destino com ele, vivendo um outro modo de alienação que já comentei em post anterior. Ainda assim, ao menos tenho uma consciência disso, que no fundo não resolve nada também. Fica a decepção de nada poder fazer, a frustração de viver só por viver, só porque se está vivo.
          Desculpem-me essa depressão tão dylanesca. Não faço de propósito, apenas sinto. Normalmente procuro não me expor deste modo, mas tem momentos que se torna tão sufocante que é praticamente impossível não pensar e escrever assim. Mas mesmo assim, ainda não é o momento de desistirmos. E como eu sei disso? Eu não sei de fato, eu apenas sinto. Mas mesmo no dia a dia é possível observarmos ainda algumas cenas que nos dão um pouco de esperança, mesmo que seja falsa esperança. Meu maior risco ao escrever essas coisas é de fato de ser mal interpretado. Mas ainda é preferível correr o risco do que ficar parado, atônico, sem ao menos vomitar. E esse é um vomito tão sincero!

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