terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Vazio da Existência - Niilismo - Ser Humano Podre

Desanimo Geral! Desanimo da Vida, das pessoas, de si mesmo, do mundo como ele é, do modelo econômico vigente, da modernidade. Asco, asco terrível! Só beber meu copo de Whisky até não compreender mais nada, ficar completamente dormente, e deixar o sono levar tudo para a vala de esgoto diário. Não posso mais com a própria vida, de tão enfestoado que me sinto. Vontade de sair por aí dirigindo de forma irresponsável um carro antigo ao som de The Doors até encontrar um abismo e mergulhar em um solo do Slash. Ficção Estúpida! Vou acabar ainda matando alguém, ou entrando em alguma casa de tão louco, e causar um transtorno tão grande, que passo a vida a tentar me desvencilhar dele!!! Niilismo absoluto, absurdo de existir! Vida burocrática dos infernos! Não quero mais nada, e o Ser Humano é podre.Tenta me falar da Revolução, da mudança geral, do progresso, das melhorias... nada me emociona, nada me empolga mais, no fundo, é só mais do mesmo! Do Amor então? Não, é tudo estratégia, preparação, armação, novidade, vaidade... É como se existisse um buraco em minha cabeça, que escoa toda a existência, deixando apenas o vazio! Céus, o Vazio!!!  O Vazio da Existência, de saber que Nietzsche estava certo, de saber que por mais que rastejamos, suplicamos, nos esprememos em compartimentos miseráveis, devotamos, lutamos e gritamos mais alto do que nossos pulmões possam suportar, tudo é o mesmo, nada muda, e no fundo, não podemos fazer mais nada, a não ser viver como as mariposas em volta da lâmpada. Não venha me falar de depressão, porque nenhuma depressão pode ser maior que a certeza de estar vivendo uma vida de ficção, uma vida carregada de ordem que não conduz a nada, não leva a nada, só onde todo mundo já foi, já chegou, já esteve. Deus? A única coisa que sei é que é Deus, e se é Deus, somos homens mortais, nada temos que haver com Deus com todos seus poderes divinos. A existência humana é sumariamente uma bosta! Amontoado de concreto e redes de esgoto! Carroças nas estradas, noites dormidas, alimentação saudável, novelas, seriados, calor, frio, trabalho, trabalho, trabalho, bosta, bosta, bosta... Depois disso me suicido? Depois disso enfio a cabeça no meu mundo e nunca mais saio para respirar qualquer ar podre aqui fora? Depois disso, me enforco com a linha do horizonte?  Deito meu corpo sobre o tédio, encho-o de álcool. O álcool, mais antigo que o próprio Cristo, afoga as mágoas da antiguidade, suprime o mal da terra, fecha os olhos dos sofredores, acolhe os que cometeram crimes contra si mesmos, apaga as desarmonias, esconde os que estão em distonia com a sociedade. O álcool é a fuga necessária à mente sã, porque a mente doente tem o trabalho, tem as tarefas do cotidiano, os tributos, a economia, o governo. O álcool e o fumo, o tabaco que puxa a reflexão, e desnuda o espírito dizendo que se é um verme em plena terra macerante, podre dos infernos, pior animal sobre a vasta crosta terrestre, fedido, odiado, nojento, devoto à qualquer líder pior que si mesmo, fingido, dissimulado, estúpido como uma abóbora, ridículo como um besouro virador de bosta! A minha dor é tão pungente e dilacerante que não existe analgésico capaz de abrandá-la! É a dor da consciência de existir, mero animal dotado de Razão e que não tem para onde ir, porque não se deixa iludir com a vida, com a piada da existência, com a viagem da realidade! Melhor seria ter pego o último vapor e buscado uma terra distante para acolher meus ossos! A miséria de estar aqui, arrastando-se por sobre asfalto e o tédio, sob o céu dos nossos ancestrais que sabiam o que era a vida, que não precisavam se questionar, tudo era claro, estar aqui agora, no resquício da existência, sem se quer saber se o apocalipse já foi ou será, se pode ou não haver de fato salvação, se estão todos em um sono sem sonho ou gozando o paraíso, se faz algum sentido estar aqui vivendo ou simplesmente é um desvario. Fé? Explica-me qual a diferença entre fé e manter-se vivo! Não há qualquer diferença, não existe sentido para o fato de tentarmos manter o corpo aceso, de tentarmos seguir para qualquer lugar absurdo. Destoa-se tudo de sentido, eis a vida nua e crua! A realidade que ninguém suporta: cria-se então nossa cosmologia, teologia, misticismo, idiotice covarde de não se suportar a realidade de existir sem qualquer sentido, sem ter certeza de nada, sem saber... Só sei que nada sei, será nostalgia da ignorância? Do tempo em que o homem de fato sabia, porque se apegava ao místico como a única verdade, como os índios, como as civilizações antigas. Esse não saber era já o único saber. Era nossa tábua de salvação. Hoje ficamos sem nada, e vivemos mais desgraçadamente que as civilizações passadas...

4 comentários:

  1. A criação acaba nas mãos dessa humanidade que cito no texto, cuja característica principal é desvirtuar tudo. Mesmo assim, contrariando todas as expectativas eu mantenho esse blog e estou escrevendo um livro, e vc?

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  2. Gostei muito mesmo do teu texto! Perfeito.. Parabéns! Quando publicar o livro avise, vou adorar ler!

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  3. Talvez a morte seja a única realidade da vida, a morte e a tristeza.

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