sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sartre, Marx e a Psicanálise


 
Sartre em Questões de Método nos revela um escritor maduro, experiente e com capacidade de grandes assimilações. Quando, por exemplo, escreve sobre o idealismo, consegue se desvencilhar de todas as pré-concepções para nos entregar a imagem de um idealismo acabado, mas justo à época a qual pertence. Da mesma forma quando retrata o marxismo, a filosofia ainda em voga em nosso tempo, parece-nos à primeira vista que vai se deixar convulsionar por Marx. No entanto, prosseguindo a leitura, percebemos que ele o ajusta, no seu devido lugar. Quanta lucidez! Ainda, do mesmo modo, ele aborda a psicanálise e demonstra os equívocos dos marxistas com esta, ao captarem o homem e reduzi-lo à sua generalização. Então Flaubert é burguês, e isto, para os marxistas parece dizer tudo o que é possível dizer sobre Flaubert. Sartre abre uma crítica incisiva neste sentido, justificando a psicanálise,quando escreve que para os marxistas de hoje, a única preocupação é com os adultos. "(...)ao lê-los, seríamos levados a acreditar que nascemos na idade que ganhamos nosso primeiro salário" (Sartre, Questões de Método). Que magnífica rechaçada! 

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