terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Que Ficará!?

Estou já há um tempo considerável sem postar aqui, o fato é que minha vida tem se tornado extremamente complicada, de tal sorte que não encontro mais tempo para escrever no blog. Tenho mantido ainda um pouco de minhas atividades literárias, mas com bastante restrições. Bem, se aqui retorno é porque de certo modo se faz necessário: nada mais tenho para fazer na minha vida a não ser escrever aqui, é um desabafo, é um exorcismo. Perdi, sobremaneira, a crença em quase tudo, e passei a detestar muitas coisas. Um niilista praticamente, com algumas ressalvas ainda. Bem, o que importa é que estou vivo, e enquanto assim estou, por mais que esteja psicologicamente abalado, por mais que esteja em alguns momentos fora de mim, fora do que eu era, ainda estou aqui, sentindo e experimentando! E parece que a vida é somente isso, aquilo que sentimos e experimentamos e nossa capacidade de interferir nos outros e nas coisas, nada mais...
Tenho observado as pessoas, estão em sua maioria tão imersas vivendo à superfície que não querem nem saber de olhar para baixo, para o fundo. Vivem assim e são até certo ponto felizes. Sem essa maldição que acompanha essas pessoas que como nós receberam o castigo de questionar, de investigar, de sondar os mistérios em busca de resposta, de exigir um sentido, de tentar ao menos entender o mundo, a vida, nossa relação com as coisas, somos como o camponês que tem como preocupação produzir o sustento para sua família a partir do que pode transformar no campo, e que não sabe nada do que possa estar ocorrendo no mundo, porque sua realidade vai até onde pode sua visão alcançar.
No mais, a vida se tornou algo extremamente nauseante, ao ponto de eu colocar em dúvida mesmo até que ponto vale continuar vivendo. Talvez seja melhor ficar em silêncio, não se meter com desassossegos, olhando o rio que passa, como diria Fernando Pessoa. Talvez... O fato é que não sabemos e não poderíamos saber.
Diante do exposto, não me resguardarei. O que me sobra é escrever, sobre o que vejo, o que percebo, sobre o que acontece, sobre qualquer coisa, útil ou não. Expor as situações, dissecar as percepções, ousar buscar novos pontos de vista, novos paradigmas, novos conceitos. Somente isso, e nada mais pode me interessar, somente esse modo de conduzir as coisas. O resto, o que me importa o resto? Morrerei como morrem as pessoas, e o que ficará será talvez os cadernos que já escrevi em forma de diário, dois livros inacabados, dois artigos, algumas poesias esparsas, esse blog por um certo tempo. Ficará a lembrança do que fui nos mais próximos que com o tempo também vai se apagar e morrer quando morrerem.

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