quarta-feira, 9 de abril de 2014

Insipidez do Tempo

Insipidez do Tempo

Tempo que passas
Velho escasso!
Lembro-me no Paço
Onde podíamos contemplar.
Na hora vespertina,
Embaixo daquela árvore...
Será que te recordas?
A memória com o tempo atrofia;
E é certo que não temos mais tempo
Então, como lembrarás?
Não nos entristeçamos por isso;
Novos caminhos há de serem trilhados.
E você estará lá do lado de lá.
Se ao menos tivesse notícia sem ciúme!
Se ao menos pudesse conservar um pouco
Desse tão pouco que foi muito!
Mas não, não, não.
A vida é deixada aos pedaços,
Na morte as feridas cicatrizam
E de nós nada fica senão cansaços.
Cansaços de tentar vencer o invencível,
De tentar levar para casa o cinzeiro do bar
E ficar sempre sem ter onde depositar a cinza
Essas cinzas sem horas.

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