sábado, 17 de março de 2012

O Que é a Verdade e a Relação Alma e Corpo

"Imaginemos um material, como metal derretido, derramado num molde para criar uma escultura. Quando o molde se quebra, o material sobrevive, mas deve sua forma permanente à experiência de ter estado no molde" (Herdeiros de Aristóteles, p. 191)
O metal aqui é nossa alma; o molde, nosso corpo com as experiência vividas nesse mundo. Essa é, para Tomás de Aquino, a relação alma e corpo, bem ilustrada por Rubenstein em seu livro Herdeiros de Aristóteles. Ao que parece, até mesmo Siger de Brabante (~1240 - 1284 - Filósofo averroísta belga), achou persuasiva a análise de Tomás de Aquino.
"Quando o molde se quebra", isto é, quando sobrevém a morte do corpo; a alma sobrevive, mas não mais se desliga da experiência de ter estado em um corpo sob experiências mundanas, de certo modo, o link permanece. Que proofunda a metafística tomista! Certamente embasada nos estudos bíblicos, teológicos e aristotélicos de Tomás de Aquino, mas ainda assim, apesar de plausível, não deixa de ser tão especulativa quanto outros metafísicos ao tratar deste tema. O frade franciscano inglês Guilherme de Occam (Ockham ~1285 - 1347) coloca as coisas de um modo diferente pelo que ficou conhecida sua navalha, a navalha de Ockham, ao separar fé e ciência, sendo que o que é da fé, é da fé, e só nos resta acreditar ou não, enquanto que o que é da ciência cabe comprovação, experimentos, relação de causa e efeito, pertence a natureza. Não se multiplica as entidades além do necessário, a natureza é econômica. De um outro modo, não se pode ficar querendo ver piolho em cabeça de cobra...
Mas será mesmo que o corpo é parte integrante da natureza do homem, ou ainda e melhor, da configuração da alma? "E o verbo se fez carne e habitou enter nós" (Jo, 1:1)
Diante do aqui exposto, prefiro acreditar que o corpo, a vida nesta Terra, neste planeta possui em sua essência um sentido para a vida após a morte, e que nossos atos enquantos seres humanos existentes nesse planeta vão sim fazer sombra sobre nossa alma na vida para além da morte. Por isso, moralmente vale o princípio Nietzscheano do Eterno Retorno, aquele que nos ensina a viver essa vida como se ela fosse se repetir incessantemente sempre igual. Viver intensamente, tornar a vida interessante, mas sem esquecer dos princípios cristãos, pois que Pilatos na presença de Jesus lhe perguntou "Que é a verdade?" (Jo 18:38), ao cabo que podemos encontrar sua resposta muito antes "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida" (Jo 14:6)...

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