terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

NADA MUDOU

Estou um bom tempo sem postar aqui, e então acredito que seria justo ao menos eu informar os motivos de tamanha ausência.

Pois bem, eu estava muito empolgado com filosofias (sim, filosofias, porque a Filosofia como bem Sartre explica em Questões de Método é uma abstração hispotaseada), mas eis que uma verdade me veio à tona, e não é a verdade de Descartes (a dúvida hiperbólica é uma abstração das mais absurdas, impossível sair do cogito e se chegar ao ergo sum, sem que se realize saltos que invalidam a conclusão). Tentava encontrar a verdade, isso é evidente pelos meus posts anteriores, no entanto, e como não poderia ser diferente, concluo com a aceitação de que realmente a verdade é a verdade de cada um, e que Kierkegaard estava mesmo certo, assim como Wittgenstein, pois partimos de fato do subjetivismo e tudo é subjetivismo e linguagem. Sendo assim o sentido da vida - mais um dos tópicos de minha busca existencial - passa a ser não ter sentido algum. Destarte, ficamos órfãos e sem bússola, tendo-se que se orientar por esses dois Nortes: a ausência de sentido e a subjetividade. Veio então a dificuldade existencial, como viver após redescobrir essas duas fórmulas? A melhor maneira parece mesmo ser atirar-se em qualquer atividade besta, conseguir ganhar algum dinheiro, construir casa, comprar imóvel, carro, ter família e depois perecer de uma doença qualquer até sobrevir a morte. O problema é que minha busca toda era justamente para tentar encontrar uma solução que não fosse essa, mas parece mesmo impossível. Até mesmo os filósofos atuais não fazem mais filosofia, por assim dizer, à toa. O que nos sobra?

O pior de tudo é que em meu livro coloquei o personagem nesse impasse, e não consigo desmanchar esse nó. Vou ter que jogá-lo nas vertentes do pragmatismo para conseguir concluir sua história, sob o risco de ficar desinteressante, pois não há nada mais trágico que uma pessoa divagando sem parar, pensando em mil coisas e não executando nada. Assim também posso resumir minha vida, sou esse mesmo personagem divagando em tempo integral perdendo tempo quando acreditava estar ganhando. No fim, desaprendi a viver, e esse é o erro hiperbólico dos filósofos. Sem mais...

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