segunda-feira, 16 de julho de 2012

Balanço Parcial

Começa a segunda metade do ano de 2012. Desejo que esta segunda metade seja muito mais profícua que a primeira. Evidentemente, isso dependerá apenas de mim, seguindo a lógica sartreana. E nada está de fato garantido. 

Revestida com uma túnica de hipocrisia, essa primeira metade do ano foi covarde. Terminei minhas postagens dessa primeira metade, relatando o horror dos massacres sírios, os quais ainda não cessaram de acontecer. Até o momento também não está bem certo se são de responsabilidade do governo Sírio ou das milícias. 

Após o texto sobre os massacres sírios, nada mais escrevi que merecesse constar no blog! Senti-me desencorajado por um motivo até agora desconhecido. Sinto-me doentio também. Pelo menos o frio aguça o intelecto, no meu caso. Destarte, retornei à leitura do livro Diário de uma Guerra Estranha, do francês Jean-Paul Sartre. Livrinho inspirador! 

Semana passada empreendi uma viagem de carro até Montevidéu, capital do Uruguay. A paisagem quase sempre bucólica me trouxe um certo sentimento de tranquilidade. Fui pelo Chui, ou Chuy para os Uruguaios. Essa pequena cidade no fim do nosso país, é brasileira apenas no papel, como mesmo dizem seus habitantes, pois sua cultura é praticamente uruguaia. A origem dessa uruguaização do Chuí, deve ser bem antiga. O interessante é que não consta nos livros de geografia, ao menos, nos livros que estudei na época do Ginásio no Colégio Walter Holthausen com a professora Cleusa. 

Bem, conservados as impressões que uma viagem como esta pode fornecer ao nosso espírito - como a beleza da escutura do artista Artigas na Plaza da Independência em Montevidéu -, esse empreendimento foi muito mais uma provação do que meramente um lazer. Vencido o desafio, o que resta? A vontade talvez de criar novos desafios herdada talvez até da sensação de que o desafio não era tão grande assim; ou ainda, o desejo de se aquietar em seu canto, pois não há nada de tão grandioso para se observar e aprender que eu não possa retirar das minhas leituras, da própria navegação na internet. Tudo é ao mesmo tempo tão grande e tão pequeno. Tão grande, a viagem é longa, 2600 Km aproximadamente. No entanto, a paisagem se repete, as pessoas são parecidas, os lugares também. Em essência, não se aproveita quase nada.


Com esse texto fica consagrada a entrada na segunda metade de 2012.


Um comentário:

  1. É isso aí amigo, tudo fale a pena quando a alma não é pequena.

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