domingo, 30 de janeiro de 2011

Tarde Perfeita!

Hoje tive uma sensação ímpar! Entrei no mar e fiquei por pelo menos uma hora com água pela cintura e o olhar fixo no horizonte. Não sei se pensava em algo nesse momento, acho que me esvaziava apenas. Sei que foi algo terapêutico, como se marcasse o start de minha mais nova disposição.  Tinha sol, mas o sol não era tão quente como costuma ser; tinha vento, o vento era leve, suave, necessário! Depois, sentado na cadeira de frente para o mar, embaixo do guarda-sol eu lia o penúltimo capítulo do Ecce Homo. Pensava se Nietzsche tivera em algum momento uma experiência como essa, morando entre as cidades das frias Itália e Alemanhã. Ele subia as montanhas de Sils Maria com seu caderninho em solilóquios, e foi onde teve muitos de seus insights. Depois descia, e na cabana onde  ficava, à luz de velas, na mais profunda solidão, ele escrevia. Se não estou enganado foi ali que escreveu seu Zaratustra.
Essa foi sim uma tarde perfeita!

Igan Hoffman

sábado, 29 de janeiro de 2011

Minha Religião

       Nunca mais tolhido! Acordo para um novo dia! Se este espírito que me abarca seguir comigo terei a glória. Se escrevo aqui minhas sensações mais profundas ainda sim encontrariam chão. Renasço outra vez, mas agora diferente. Cada fibra nervosa minha pulsa a vontade de ser eu mesmo, a vontade de ser quem eu sou e continuar a cada dia afirmando mais e mais isso. Alguns ajustes ainda hei de fazer, não sei se bonançosos ou malévolos. Como quem afina uma arpa, e estará sempre afinando, e estará sempre buscando a mais perfeita afinação sigo. Não tenho medo de nada, doou o meu corpo e a minha alma para servirem de combustível à essa chama. Que queime até o dia que eu subumbir à terra. Queima como o fumo deste cigarro!
       Recorro apenas a mim mesmo, nesse momento. Todos os meus amigos estão imersos em leituras e escrevendo para seus blogs. Estimo-os, são as pessoas que conheço, estão para mim como estou para eles, como pessoa que eles conhecem e estimam. Mas cada qual está preso em si mesmo, na sua consciência. Cada qual diariamente se depara consigo, é consigo que conversa todos os dias, é consigo que julga e que decide. Eu também, no fundo, só tenho a mim mesmo, no meu mais íntimo e isto é tão saudável e tão prazeroso. Por este tipo de sensação não tenho angústia, tenho prazer. Este narcisismo do meu "eu", não do meu corpo ou qualquer outra coisa relacionada a aparência, mas do meu "eu interior". Se alguém pudesse acessá-lo fora esse blog, se alguém pudesse realmente habitar nele ia encontrar o céu e o inferno tudo junto em um mesmo lugar! Encontraria também um desejo ardente de se afirmar, de construir, de engrandecer, de salvar a humanidade do mal que está por vir: o desleixo para com as coisas do espírito e a morte de todos os filósofos. Não podereis dar a luz que mostraria o caminho, pois que, o caminho é para nós impossível. O acesso é uma chave irrevelada, resta à nós vivermos da melhor forma sem nunca saber qual a melhor forma. O meu caminho é o da devoção. Tenho toda um religião dentro de mim, que construí com base nas minhas desventuras pelo meu espírito e sua experiência com o mundo. Minha religião tem princípios tão sólidos quanto diamante. Tem razões tão profundas quanto as águas do mar alto. Não preciso mais ter medo, o que eu tenho que fazer eu já estou fazendo. O único que identificou este sentimento com uma religião e apresentou um outro lado da fé -- o verdadiro sentido -- antes de mim fora um dinamarquês chamado Kiekegaard. A ele e a Sartre devo minha salvação. Cabe a cada um de nós encontrar a religião que lhe apraz, através dos meios que lhe convém...


Igan Hoffman

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Remédio contra o Pessimismo

      Dificilmente sou dado a dar conselhos as pessoas. Não sei porque, não gosto de aconselhamentos, acho desperdício. Mas vou optar dessa vez por apresentar um único conselho que por ventura não é meu, mas serve muito. Bem, sei que a maioria das pessoas que acabam por visitar esse blog são também, assim como eu, escritores de blog. Muitos ultimamente tem me perguntando onde encontro inspiração. Bem, eu não consigo buscar inspiração. Tenho tantas coisas em minha cabeça que é só sentar em frente ao computador e escrever. Escrever aqui acaba quase sempre sendo um desabafo! Está certo que em certos momentos uma bebida ou um cigarro também caem bem. Mas vou descrever algo que roubo de Nietzsche, do seu livro A Gaia Ciência. Desconheço se os leitores desse blog chegaram a ler Nietzsche. Uma boa maneira de ler Nietzsche para mim, e isso não é um conselho ainda, é descrever seus textos em um caderno e tentar transformar suas palavras em minhas palavras. Foi um exaustivo exercício, mas serviu para eu perceber a grandeza e a fraqueza do pensamento deste filósofo. Bem, o conselho que repasso aqui é para os amigos pessimistas, que acreditam não poderem desenvolver algo como um blog ou mesmo publicar algo como um livro, ou ainda que tenham certo pessimismo relacionado mesmo a vida ou a qualquer outra coisa. Eu mesmo durante muito tempo fui um pessimista. Segue o conselho:

Aforismo 24

"Remédio para o Pessimismo

Tuas queixas são porque nada é teu gosto?
Sempre os teus velhos caprichos, então?
Escuto-te praguejar, gritar e escarrar...
Estou estotado, meu coração se despedaça.
Ouve, meu caro, decide-te livremente
a engolir um sapinho bem gordinho,
de uma só feita e sem olhar,
remédio soberano contra dispepsia."

Esse conselho nitzscheano jamais saiu da minha cabeça, repasso a vocês...

Igan Hoffman

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Escolhas

Bom, vou contar aqui, conforme conversei com uma colega por um meio virtual, sobre meu esforço. É interessante como saímos da nadificação para nos transformarmos em algo, por exemplo, o esforço que alguém faz para ser psicólogo. Sem o esforço, volta-se ao estado de nadificação, é preciso entender que em determinado momento houve uma escolha e a sustentação dessa escolha. Assim, eu também fiz uma escolha, que talvez tenha sido até mesmo uma escolha por comodismo. Coloco essa questão também em meu livro ainda não terminado "Século XX". Sustento essa escolha, saindo de casa para ir trabalhar, fazendo as coisas conforme manda o figurino. Mas também faço um esforço para modificar essa escolha, um processo mais lento por vezes, visto haver dois mecanismos: o desprendimento da primeira escolha e o domínio da segunda. Minha segunda escolha é ser escritor. Não digo que gostaria de ser publicado, digo apenas que gostaria de ganhar para escrever. Queria que a única forma de eu ganhar a vida fosse escrevendo. A este estágio estou caminhando dia à dia, e este blog é talvez a prova mais real disso. No entanto, ainda está muito longe de eu alcançar esse projeto, pois nuca ganhei qualquer dinheiro com o que escrevi. Seria bom se um maluco que acreditasse em meu potencial resolvesse investir em mim, e me deixasse com tempo absolutamente livre para criação. Se me dessem condições de tempo e financeira apenas para criação literária eu faria as mais belas obras da literatura nos gêneros de Romance e Filosofia. Como agora tenho que dividir meu tempo com várias atividades, e me preocupar com  a manutenção do meu padrão de vida, sustento da minha família, fica difícil passar o tempo inteiro imerso em livros, cadernos, caneta e imaginação. Talvez em um futuro não muito longe, daqui uns dez anos pelo menos, eu consiga essa façanha. O importante, imagino, é não desistir, e as pessoas que aqui comentam já me deram lição disso no meu antipenúltimo texto. Gostaria de ter zilhões de leitores! Para isso, imagino, tenho que melhorar muito em qualidade. Todavia, não sei até que ponto a mídia junto com a propaganda acaba por ter influência naquilo que as pessoas leem. Por enquanto, é seguir com o blog e tentar terminar o que comecei.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Saudades de Um Lugar

       Saudades de um lugar! Não é que este lugar seja melhor que o lugar que estou, não é. É que este lugar que sinto falta tem tanto de mim, tem muito mais de mim que em qualquer lugar do mundo. Também sentiria saudades se estivesse na Europa. Não é também saudade de visita, é saudade de residir, de viver nessa terra. No entanto, é necessário que eu resista e acaba por ser até mesmo uma questão de sobrevivência. Minha escolha é ficar, é lutar contra o ímpeto de ir embora, porque se digo ainda "ir embora", é que ainda identifico o lugar que sinto falta como minha casa, mesmo que nem minha casa mais exista lá. Sigo um propósito que acaba por não ser matar a saudade, esta tem que ser afogada, interrompida, dilacerada antes mesmo que ela faça isso comigo. Porque não há nada pior que um coração dividido, um coração que não se desprende do que deixou para trás, um coração repartido. Simulo uma vantagem e ignoro a dor de ter abandonado o lugar que fez parte da minha existência por pelo menos nove anos, e que agora nem sei direito como está.

Igan Hoffman

O Suicídio!

       "Por que não cometemos suicídio?" Levantei essa questão em um texto aqui nesse blog http://diariodeigan-h.blogspot.com/2011/01/verdade-sobre-verdade.html e uma leitora solicitou que eu expressasse meu pensamento sobre o suicídio. Com efeito, não poderia deixar de fazer isso de outra forma sem ser escrevendo neste blog. Contudo, é um empreendimento difícil tratar do suicídio. Quando levantei a questão abordada acima, referia-me a consciência que deveríamos ter da morte, ao fato de essa consciência não ser assim tão forte quanto imaginamos ser, até porque nós, seres humanos, sempre acabamos por esperar que algo impossível aconteça. À isso muitas vezes damos o nome de Esperança. Essa minha idéia já me acompanha há a alguns anos, e num ensaio filosófico chamado Século XX eu já havia desenvolvido esta concepção bem como umas outras a respeito de Deus e da Moral. Esse ensaio resulta inacabado por faltar algo como a ladainha da "Verdade Universal". Já que não temos essa resposta, vou aproveitar então a solicitação da leitora e tratar aqui sobre a décima causa de morte no mundo. Dispensável dizer aqui o que é o suicídio, vamos tratar então de seu sentido e de suas causas. Detalhe, trataremos do suicídio humano.
       Primeiramente, eu deveria destacar o que alguns autores pensam sobre o suicídio. Quando me propus a escrever sobre o tema, três pensadores ocuparam de chofre minha mente, e para estes eu dispenso qualquer pesquisa auxiliadora, visto eu já os ter estudado previamente. Primeiramente, eu me lembrei de Nietzsche, como não seria difícil de imaginar aos que acompanham este blog. Nietzsche aborda o suicídio como um ato de coragem, um ato nobre. O homem que escolhe sua hora de morrer deveria quase ganhar o direito de viver novamente, não são com estas palavras exatamente que ele coloca a questão, mas o sentido da frase é o mesmo em Nietzsche. Ele enchergava nisso um ato de liberdade; o próximo pensador que me veio a mente foi Durkheim, esse sociólogo escreveu um livro intitulado "O Suicídio" em que aproximava as causas dos atos suicídas as relações sociais. Foi aí que identificou através do resultado de pesquisas (é bom sempre desconfiar das pesquisas destes sociólogos) situações sociais que se relacionavam com o aumento do suicídio em determinadas áreas; ainda o outro pensador que eu gostaria de citar é o próprio Sartre. Para o existencialista a morte era um absurdo. Sartre compreendia todo o sentido da vida, desde que a morte não existisse, a morte acabava por ser o absurdo da vida. Mesmo para um filósofo da liberdade, o suicídio passa a ser um ato nefasto. O suicídio para Sartre é um fracasso ou uma fuga. Além do que, a partir do suicídio o indivíduo estaria violando a possibilidade de ser útil a si mesmo e aos outros. Sartre entende que o homem deve se salvar aqui nessa terra, e não em uma outra vida no além, e a partir de suas ações. É isso que tenho a acrescentar ao entendimento do suicídio segundo certos autores.
       Agora vem o momento mais difícil, vou tratar do suicídio por mim mesmo. Devo dizer que compartilho do pensamento de Albert Camus, ou ele do meu, visto que só depois eu percebi que pensava como ele. Para Camus e  para mim "Decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia". Qual a pergunta? Alguém se habilita a responder? É a pergunta que me persegue: qual o sentido da vida? Mas ainda assim, por mais desejo que tenhamos de nos matar, não sei como alguém pode realmente chegar a esse ponto e não pensar ainda como Sartre em como pode ser útil para os outros. Faltou-lhe quem sabe aquela coisa chamada Esperança.
       Todos somos suicídas em pontencial. Até mesmo aquele que afirma com toda veemência que jamais cometeria suicídio pode um dia estar aplicando este ato. Tudo vai depender também do momento que estamos vivendo, do que acontece em nossa volta, da situação, e nesse caso acabo por compartilhar um pouco com a idéia de Durkheim. E não aceitaria uma visão do suicídio como um ato nobre, mesmo que um homem pensasse que sua obra nesta Terra estava terminada, que nada mais restava fazer, que já tinha se salvado por si mesmo e alcançado a glória nesse mundo, ainda assim, não conseguiria compreender como ele seria capaz de fechar o livro de sua vida. É ignorar as inúmeras possibilidades.
       O suicído também pode estar relacionado com transtornos mentais, sendo os portadores de esquizofrenia e transtornos de humor os tipos mais comuns de comenterem suicídio. Quanto a isso, é uma desordem mental, o indivíduo na maior parte das vezes não está agindo à luz da razão, e acho que o ato se perde por si mesmo, pelo fato de ser patológico. Só se mata mesmo aquele que tem intenção de se matar. O suicídio causado por um transtorno psicquiátrico, quando o indivíduo acometido de alucinações sai correndo e se atira pela janela imaginando estar no térreo, quando estava no décimo andar, não chega a ser suicídio com toda a apreensão do termo. De qualquer modo, ainda resulta um pouco confuso o julgamento, porque não poderíamos estar presente na mente desse alucinado, para saber se naquele momento ele realmente estava em surto ou não, se já não estava agindo conscientemente para quem sabe se livrar do sofrimento. E, nesse caso, poderíamos considerar o ato um suicídio. Qualquer aproximação de nossa parte ainda seria grosseira. Como diria Durkheim, até ao observador interior a intensão do ato se oculta, pois quantas vezes nos enganamos sobre as verdadeiras razões que nos levam a agir.
       Desculpem eu tomar uma abordagem filosófica para tratar do suicídio, e não psicológica. É nítida minha inexperiência com este tema. Gostaria de penetrar na mente de um suicida e trazer para cá os seus conflitos internos, suas pertubações, suas convicções se ele tem alguma além da idéia de se matar. Gostaria de poder dizer com toda a certeza, o suicídio é causado por tais circunstâncias, e é determinado por tais fatores. Porém o sentido de um suicídio nos escapa de longe. Muitas vezes os motivos que levaram uma pessoa aparentemente normal a por fim em sua vida não nos alcança. Apesar disso, não creio que ela tenha alguma verdade maior do que as que eu posso ter. Nego qualquer misticismo em torno deste tema.
      Resta dizer, a vida pode ser um dom de Deus que nos é concedido, e se assim for não deve ser desprezada. O que tenho a dizer é para apreciarem as suas vidas bem, e devagar...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Voltar A Ser Quem Eu Sou

Estive um pouco desviado do meu objetivo principal, e acabei por me perder... Bem, tentar retomá-lo é mais difícil do que perdê-lo, certamente! Todavia, já era tempo. Não, para os que me conhecem, não estou falando da Verdade Universal. Quanto a esse tema, pode ser muita pretensão mesmo de minha parte. Estou falando de escrever mais de mim; pelo menos é o que certos leitores me pedem. Vou tentar trazer à superfície novamente o meu Igan Hoffman. Também eu sinto falta de seus solilóquios.
       Meu tempo é relativamente curto! Tenho de me desdobrar  para conseguir chegar aqui e postar diariamente. Receio maior dificuldade quando der início as aulas. Nâo queria desistir desse meu projeto pessoal, e nem queria ser descuidado com aqueles que já me leem. Então estou oscilando entre acabar com o blog e tentar rasgar minha rotina para continuar me entregando nestas postagens por alguns comentários e visualizações. Penso, e me desculpem caso esteja sendo ofensivo, não é meu objeto aqui, até que ponto tudo isso vale a pena! Bem, enquanto não me é prudente tomar qualquer decisão, manterei a boa fé, e sei que a resposta vai surgir, dentro em breve. A resposta surgirá dos próprios leitores, que também dispensam de seu tempo para acessarem este blog e deixarem seus comentários.
       Estaria eu agindo certo, reclamando a falta de tempo, o desgaste físico e emocional, o balançar entre uma decisão e outra? Quem realmente pode antever os fatos e saber qual a atitude certa? Sabe-se que, uma maneira de imaginarmos o quão grande pode ser nossa influência sem que a percebamos, é que uma batida de asas de uma borboleta no Japão pode transformar-se em um furacão aqui. Creio que primeiramente vi essa analogia no documentário "Quem somos nós?", mas pode bem ter sido no filme "Efeito Borboleta", ou ainda em outro lugar, como no livro "O Ponto de Mutação". Já não o sei bem, mas desde então é algo que ficou pungente em mim. Depois, estudando o existencialismo, deparei-me novamente com essa questão, creio que lendo A Idade da Razão e mais tarde na Crítica da Razão dialética, ambos os livros do francês Jean-Paul Sartre. Qual seria a influência do que eu faço aqui neste blog? Teria realmente alguma importância? (Pedantismo meu ficar divulgando livros que li e estudei!)
      Bem pessoal, mais uma vez, pretensão minha esperar respostas. Não quero que pensem que estou carente, só queria ouvir mais a respeito do meu trabalho. Talvez esteja exigindo demais do mundo e demais de mim mesmo. Como diria um colega meu, é preciso um pouco mais de paciência. Talvez eu precise também de sorte. Espero que ninguém poste aqui embaixo nos comentários algum trecho da música do Lenine, sentiria-me mal. Nada contra, mas pudera...

Igan Hoffman

domingo, 23 de janeiro de 2011

Beto Carreiro Word/O Livro dos Espíritos

      Ontem fui no Parque Temático do Beto Carreiro World. Dispenso comentários, quase perdi alguma coisa do meu "eu" no Big Tower. Depois, saí com as pernas tremendo do Fire Whip. Curti muito o passeio de trem, e gostaria de morar alguns dias naquelas cavernas onde tem os dinossauros. Fazer um churrasquinho ali embaixo deve ser muito gostoso! Quem já foi no Beto Carreiro sabe como é bom voltar a ser criança!
      Mas até não vim aqui para falar dessas coisas, foi um momento muito bacana, mas um momento de como diria um amigo "desopilar".
      Estou lendo, não sei se é do conhecimento dos frequentadores desse blog-diário, O Livro dos Espíritos de Allan Kardec, indicado por uma leitora desse blog após algumas conversar filosóficas-existenciais. Bem, até agora, nada me tirou da idéia de que por mais comprovação que se queira ter, acabamos sempre descambando para o mundo da crença, da fé, e por isso frequentamos o mesmo lugar-comum das religiões. "O Espiritismo é o resultado de uma convicção pessoal, que os sábios, como indivíduos, podem adquirir, abstração feita da qualidade de sábios." (O Livro dos Espíritos, by Allan Kardec), como diria o autor do blog http://lauromullernews.blogspot.com/ , Bah Lela! (balela pessoal!)    Por enquanto, ainda continuo sem resposta, mesmo que isso pareça ladainha, é uma ladainha que já tem bastante tempo mesmo e antecede várias gerações. Vou continuar lendo o livro, e ver se encontro algo além da crença nos espíritos, porque por mais que diga-se que vários casos foram comprovados, a comprovação é sempre feita por pessoas que são digamos "especiais", ou seja, as aparições não aparecem para qualquer um. Sou relutante a acreditar que isso seja diferente de acreditar na vida depois da morte proposta pelos cultos mais diversos ou mesmo que a fé pelo dinheiro ou pelas ciências. Ainda é uma questão de crença, e não é isso que procuramos.
Abraços, meu tempo é curto, trabalhei doze horas hoje, estou cansado, com sono e fome, escrevi tudo aqui de chofre, para registrar esse dia. Desculpem a pressa e não deixem de me ler, por mais que eu esteja com pressa, procuro sempre impigir o que estou vivendo e também procuro sempre aplicar um pouco de qualidade, em consideração aos leitores desse blog.  E por favor, divulguem-no, vamos expandir esta página.

Igan Hoffman

sábado, 22 de janeiro de 2011

Aniversário

Meu aniversário! Sempre que faço anos lembro de três coisas:
1ª. do poema de Fernando Pessoa "Aniversário!"
2ª do John quando éramos garotos tentando explicar porque aniversário não deveria se comemorar, e sim se lamentar.
3ª da música do Ira, Envelheço na Cidade, se bem que essa já não faz sentido, já não estou na cidade que envelhecia, faz tempo!

Também todo aniversário é para mim uma oportunidade de recomeço, sou viciado em recomeços.
Outra coisa que me acontece sempre nos aniversários é de passá-los sozinho e sem planejamento. Já tive muitos aniversários péssimos, um que me lembro, não sei porque cargas d'água a pessoa que eu amava, isso vai mais de dez anos, não queria falar comigo e eu não conseguia contato com ela. Já estávamos namorando há dois anos, e sem mais nem menos isso se deu no meu aniversário. Só fui conseguir falar com ela no começo da noite, senti-me muito mal o dia inteiro pois estava sozinho. Outro aniversário que me lembro fui completamente esquecido, não recebi um sequer parabéns. Não tenho muita destreza com as pessoas, e isto nessa hora complica as coisas. Meus presentes de aniversário quando os ganho sempre são livros e perfumes, ou melhor, livro e perfume, porque nunca ganhei mais que um livro ou um perfume. É isso, e curiosamente sempre chove em meu aniversário, isso que dá fazer aniversário em janeiro. Queria um dia ter um aniversário somente com os amigos, que realmente fosse celebrado!

Igan Hoffman

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Planos para o Futuro

     Querem saber se tenho planos para o futuro? Viver já é um plano! Conservar-me vivo e poder sustentar a minha família já é o maior de todos os planos. Não ostento grandes sonhos, fora o de destrinchar a Verdade Absoluta. Toda a vida que vivo poderia ser plenamente substituída por algo mais simples, se isso trouxesse felicidade aos meus. No entanto, a vida tornou-se tão complicada! Quem consegue viver sem plano de saúde, internet, telefone, computador, carro e Doritos?
      Se não for para questionar as coisas, para buscar um conhecimento sobre elas, então para que serve a Razão? Ela ajuda ou na verdade atrapalha? Não seria melhor então sermos como os animais? De qualquer forma, uma Verdade Universal não poderia simplesmente acabar com a morte, ou no caso, nos levar a entender porque a galáxia foi criada ou algo assim. Isto não seria suficiente! Uma real Verdade Universal deveria nos conduzir a ter uma vida plena de sentido, e que a humanidade fosse capaz de levar a Humanidade para algo bem melhor do que levou até hoje. Continuaríamos a morrer, mas com um sentido. Poderíamos viver sem ter o mínimo conhecimento de como se formou a galáxia, mas teríamos ao menos um sentido para isso.
       Bem, resta dizer, o blog tem 25 dias hoje, e recebeu 568 visitas, o que dá uma média de 21,72 visitas por dia. Recebi no máximo quatro comentários em um post, o http://diariodeigan-h.blogspot.com/2011/01/verdade-sobre-verdade.html e ainda bem que foi nesse, porque estava assustado pensando que o pessoal gostasse mais de ler sobre cemitérios...
      Agora uma curiosidade a parte: uso a mesma calça jeans quase todos os dias  pelo menos há oito meses. Sem mais por ora...

Igan Hoffman

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

História da Filosofia Vs. Verdade Universal

Começo a pensar que realmente seja desperdício dispensar tantos esforços numa empresa como "A Busca da Verdade Universal"! De repente eu deveria concentrar minha atenção em algo mais promissor. Quem sabe se canalizasse essa energia na busca por algo mais concreto, como o entendimento de nossa indolência, ou ainda a origem da nossa ignorância! Ora, todos os problemas da filosofia tem sua origem na questão principal que é a busca pela Verdade Universal, e cada filósofo faz o mister de dizer que a encontrou: Kant no Iluminismo e seus princípios a priori e a posteriori, Descartes na Razão, Hume no Empirismo, Hegel na Dialética, Marx no materialismo, etc. Eles expremeram bastante suas geléias cerebrais, mas não chegaram ainda a ser convincentes. Os Pré-socráticos foram até melhores nisso, procurando um elemento básico que fosse a base de todas as outras coisas existentes. Nesse sentido Tales de Mileto procurou na água a origem de tudo o que existe. Anaximandro de Mileto, discípulo de Tales, acabou por substituir a água pelo ápeiron, isto é, o Ilimitado, o indefinido. Anaxímenes de Mileto, discípulo de Anaximandro optou pelo ar. Heráclito de Eféso que viria depois, e descobriu a máxima da eterna mudança, algo como "tudo muda exceto a própria mudança" que serviu de base para o Eterno Retorno nietzscheano. (Outro dia estava na internet procurando alguma coisa sobre Nietzsche quando li "esqueci como se escreve o nome deste fresco!" - Fui obrigado a rir...) Comecei a estudar os Pré-socráticos com dezoito anos, quando ganhei de aniversário o História do Pensamento Ocidental do Bertrand Russel  A physis (Natureza do Universo) era questionada e se buscava uma formulação. Toda essa troca de elementos pode parecer arbitrária, mas não era. Toda a escolha teve um embasamento prévio e uma justificativa plausível. Já com Sócrates o pensamento começa a entrar em devaneio e começa a ganhar um critério cada vez mais inútil. Essa é a grande contribuição de Sócrates para a filosofia, torná-la inútil. Com a retórica e a hermenêutica a Filosofia acabou sendo um amontoado de contradições. Não sei se Nietzsche colocava as coisas nesses termos, no entanto, lembro-me bem de que ele também não nutria grande afeição pelo responsável pela máxima "Só sei que nada sei" e até dizia que isso era nostalgia da ignorância. Destarte, não alço vôo muito longe, também tenho nutrido certo receio com Sócrates. Dentro desses princípios acho que descambaria para uma visão mais espiritual como Anaxímenes. A Filosofia acabou por seguir os caminhos de Heráclito, o movimento, a mudança que acabou gerando a dialética e ocupou praticamente três séculos do pensamento filosófico. Meu receio é que toda essa busca não dê origem nem a um rato.

Igan Hoffman

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Drummond e o álcool...

       Hoje resolvi beber apenas café quando chegasse em casa. Estava bebendo muito todos os dias, já fui e voltei dessa rotina várias vezes. Estou tentando retornar novamente. Quando o estômago começa a doer é hora de parar. Então, apesar de dizerem que café também não faz muito bem para o estômago, prefiro café para a saúde à bebida alcoólica, e parece que meu estômago também. Bebo café preto mesmo, apenas com adoçante. Não conto as gotas, esguicho uma quantidade e pronto. Bem, sei que isso não é do interesse de outros, mas foi uma mudança importante, e como isso é um diário, resolvi registrar aqui. Todavia, confesso, estou louco de vontade de beber wiski, porque, "We've lost our good old mama and must have whiskey" (The Doors, in Alabama Song)
       Cai uma chuva confortável lá fora... Chove apenas, sem estardalhaços. Somente o som dos pingos batendo no parapeito da sacada. Ainda faz muito calor, mas está suportável: consigo escrever algumas anotações sobre o meu caráter em meu caderno de anotações; consigo reler algumas páginas do Ecce Homo, de Nietzsche. Também penso em várias coisas simultâneamente, acabo por não me decidir por nada. Decido-me por não me decidir, porque mesmo o fato de não se decidir é por si uma decisão. Que vontade de beber wiski! Alguém lembra de Drummond? Em Poema de Sete Faces ele escreveu

"Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo"

 e em Privilégio do Mar

"Neste terraço mediocremente confortável,
bebemos cerveja e olhamos o mar.
Sabemos que nada nos acontecerá."


Drummond sabia o que eu queria dizer...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Verdade sobre a Verdade!

Continuo em minha agonia, tentando descobrir um sentido, tentando encontrar uma razão para estarmos aqui, para continuarmos vivendo. Uma pergunta que faço: por que não cometemos suicídio? Se todos vamos morrer, se isso é uma verdade, nosso coração deixará mesmo de bater, não levará muito tempo porque o tempo tem passado depressa! Veja os mortos no Rio de Janeiro, algo em torno de quinhentos e quarenta reconhecidos, quem escolheu estar ali entre os mortos ou quem poderia imaginar um fim assim? A morte será mesmo a chave de todo o segredo? Ou aqui mesmo nessa terra podemos descobrir a resposta? Você poderá me dizer "a resposta está dentro de você!", eu te diria "isso parece Paulo Coelho, e mais, dentro de mim há um vazio e é por isso que eu procuro a resposta"; você poderá me dizer "não há resposta, é bobagem perder tempo nisso" e eu te pergunto "o que eu faço então? Sigo a vida normalmente mesmo com toda essa insatisfação dentro de mim? Tento parecer normal, ignoro a pergunta interior? O que eu faço, disfarço o desespero, isso vai resolver?"; você poderá me dizer "prefiro ignorar e não pensar nessas coisas" e eu te diria "você tem medo!"; você ainda poderia dizer "existem várias respostas, várias visões do mundo, e é isso que torna a vida interessante, essa diversidade, essa opção de fazer outras escolhas" e eu te diria "Por que simplesmente não pode haver uma resposta, simples e boa o suficiente para convencer todo mundo de que essa seria a verdade?". Sigo na minha sina, apesar dos pesares, não vou desistir..

Igan Hoffman

domingo, 16 de janeiro de 2011

"A Estrada" e "O Livro de Eli" Reload (agora sem crise existencial!)

Cheguei em casa e fui direto para o banho. Tinha vindo do Balneário de Penha - SC, gostei muito da praia, água limpa, praia limpa, uma brisa refrescante, mar calmo, um paraíso! É interessante o efeito que esse tipo de lugar tem em nossa mente, é terapêutico! Mas bem, como é natural, sempre que voltamos da praia, os cabelos chegam em casa duros e emaranhados. Então no banho como era de se esperar peguei o Shampoo, e por coincidência, acabei lembrando de um detalhe que eu havia esquecido de mencionar no texto que publiquei aqui (http://diariodeigan-h.blogspot.com/2011/01/crise-existencia-pos-estrada.html) mais abaixo sobre os filmes "A Estrada" e "O Livro de Eli". Uma temática que deixei escapar e que é sobre a importância do shampoo. Interessante, nos dois filmes as pessoas ficaram extremamentes felizes quando encontraram um sachê de Shampoo e procuraram logo ir lavar os cabelos para depois poderem ficar cheirando o cabelo e sentir ele desembaraçado, apesar de dificilmente Shampoo apenas desembaraçar os cabelos, seria mais normal um condicionador. Mas vai que os Shampoos americanos são melhores! Eu, se estivesse numa situação de futuro numa terra desolada, prefereria encontrar uma máquina de cortar cabelos dessas com bateria, e que ainda desse para usar. Ou quem sabe uma boa tesoura e uma gilete já resolveria o problema. Numa situação de futuro como nos filmes mencionados eu não deixaria os cabelos crescerem, e caso isso não fosse evitável, eu carregaria um lenço na cabeça. Bem, apenas mais um tema que me chamou a atenção e que está presente nos dois filmes. Será que já não seria melhor eu conservar um visual assim, a la Foucault, caso venha acontecer alguma coisa com o planeta e eu seja sobrevivente? Conversei com uma outro cara lá na praia que vinha ali na infância, e comentei como tinha pouca praia, ele me disse que quando era pequeno tinha bastante praia, mas que o mar foi engolindo a praia pouco à pouco. Aquecimento global derrentendo as geleiras? Questão astronômica, daqui a pouco o mar voltará a recuar? Conteúdo dos oceanos aumentou com os lixos e chuvas? Ele tinha a impressão de ser maior por ser menos? Bem, isso poderá ser tema de um novo texto, no momento concluo esse aqui sobre o Shampoo (nunca pensei escrever sobre o shampoo!). Então, concluindo, sempre haverá um produto em que só vamos lembrar o quão era bom poder utilizá-lo quando estivermos privados dele.

Igan Hoffman

Morte Encefálica!

Sem tempo para novas postagens, que a de ontem valha para a de hoje que não publiquei. Trabalhei doze horas, acordei de madrugada e fui dormir tarde, depois tive que arranjar algumas coisas, então não sobrou tempo, chego em casa praticamente agora, tenho nove minutos e escrevo isso aqui, para o registro. Estou também excessivamente cansado ao ponto de estar deixando as coisas caírem das mãos.
Se quizerem ao menos uma reflexão, lhes darei uma: um homem em Morte Encefálica (M.E.) constatada é um corpo estranho. Um corpo inerte, torna-se quase um objeto, só não o é um objeto porque sabemos que aquele corpo pertenceu à alguém. Antes mesmo que se fassa a constatação, parece que pressentimos a sua ausência naquele corpo. O corpo torna-se muito pesado, sem dono, abandonado. Já sentiram isso alguma vez, já tiveram nessa situação de ver um corpo ainda com batimentos cardíacos, pressão arterial, saturação de oxigênio e sem atividade cerebral? Pensem nisso, trarão vocês para um pouco de minha realidade. Outra questão que perpassa nossa mente é: a consciência é mesma formada no cérebro? Anencéfalos não tem consciência? Existem reflexos motores que não atingem o cérebro, são conduzidos até a medula e nela retornam para o local onde ocorreu o estímulo. Podemos afirmar com cem por cento de certeza que uma pessoa em M.E. nao tem consciência, ou apenas sabemos que ela não tem mais chance de vida? Ela não tem mais chance de vida, mesmo? Se não posso escrever mais, ao menos deixo algumas questões para reflexão. Até mais...
Igan Hoffman

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Por que escrevo?

       Escrevo porque não me sinto bem comigo mesmo e com o mundo! Acredito que se tudo estivesse em ordem, cessaria todo desejo de trazer para o papel (nesse caso o blog) minhas percepções da vida e das coisas. Escrevo também porque nada sei fazer de melhor e também porque nada tenho para fazer de melhor, ao menos no momento em que estou escrevendo. O meu problema é querer falar quase sempre de mim, de minhas sensações, como um solilóquio eterno. Queria poder escrever em qualquer situação sobre qualquer condição. Meu desejo é um dia poder me salvar pelas palavras assim como Jean-Paul Sartre.
       Também já li muito. Havia um tempo muito feliz em que eu sentava em uma poltrona que tinha no quarto e passava horas a fio imerso em leitura. Li todas as obras do Machado de Assis. Depois, quando já namorava, voltava da casa da namorada de madrugada -- isso com dezesseis anos, eu namorava uma moça de 25 -- voltava de madrugada após dar uma passada em outro amigo e lhe bater na janela para que acordasse e trocasse alguns minutos de conversa, às vezes horas, e procurava a iluminação dos postes na estrada para ler enquanto caminhava rumo a minha casa que era no interior, no meio do mato. Eu caminhava cerca de quarenta minutos. Lia muito! Decifrei Raul Pompéia em seu "O Ateneu" (Crônica de Saudades) antes dos meus amigos sequer saber de sua existência. Li muito Graciliano Ramos; tenho um carinho eterno pelos seus livros, "Angústia" e "Caetés", tenho alguns exemplares desses em casa. Na poesia mergulhei em Drummond, Bandeira, Augusto dos Anjos e principalmente Fernando Pessoa, desse li inclusive o "Livro do Desassossego", e posso dizer que fiquei desassossegado. Depois parti para o autores estrangeiros, Li Stendhal, Dostoièvski, Herman Hesse, Aldous Huxley, Flaubert, André Gide e caí pouco a pouco na filosofia. Na filosofia estudei especialmente Sartre (tanto seus livros de filosofia quanto seus romances, teatros, autobiografia, etc.), mas também estudei Heidegger, Husserl, Jaspers, Kierkegaard, Marx (inevitável), Hume, Hegel, Kant, Descartes, Nietzsche, Schopenhauer, Bertrand Russel, Eric Voegelin, Richard Rorty e Wittgenstein. Na poesia estrangeira li Baudelaire com quem muito me indentifiquei em seu "As Flores do mal" e li também Allan Poe, esse último de uma criatividade espetacular, até hoje me aterrorizo com seus diagramas. Também li muitas biografias, muitíssimas mesmo!
       Com tudo isso supracitado, fora minhas leituras técnicas e o exercício de minha profissão que desde 2001 eu exerço, isto é, na idade de 18 anos, e mais a vida paralela a isso, vida á família, amigos (poucos) e colegas, moldei o que eu sou hoje. É difícil carregar tudo isso, você acaba por não usar nem um terço, num mundo tão preso ao tecnicismo, tão pragmático, tão utilitarista. Mas fica cá dentro guardado, e tem horas que posso dizer: um poema ou uma livro acaba por me salvar! Tenho manias de recomeço, e sempre que quero recomeçar, pego um livro novo e começo a lê-lo com uma atenção apaixonada, que dura um dia, ou alguns dias. Ou começo um novo projeto, geralmente um livro novo. Por isso sou confuso, por isso escrevo e por isso tenho tanto receio do que escrevo, por saber que tanto já se escreveu, por saber que tanto melhor foram os outros que escreveram, por saber que nunca se chegará aos pés de um Kant, ou de um Machado de Assis. Sou aterrorizado por todos que li e ao mesmo tempo eles me servem de inspiração. Mas enquanto não sou paralizado, manterei a caneta em movimento sobre o papel, para o registro, para o desabafo, para o consolo e  para o desperdício, e por que não?
PS.: É bem possível que tenha esquecido de mencionar muitos autores e filósofos, deixa...
Igan Hoffman

Altos e Baixos

       Apenas um mês para voltar as aulas, e eu já começo a ficar estressado! Minha rotina acelera drasticamente, vou para 180 Km/H quando estou em aula. Fiquei entediado hoje, é o período baixo. Vivo de altos e baixos, queria ser constante. Não sinto muita vontade de escrever. Apenas vou manter o que vai aqui para fazer o registro diário. Lá fora vem um temporal, gosto dos temporais, não gosto de ter que desligar o computador por causa dos relâmpagos. Chove também dentro de mim, é um tempo cinza. Preciso de leitores, preciso de gente interessada, preciso de conversas madrugada à dentro; preciso mesmo descobrir que estou vivo!
      Sinto saudades de algumas pessoas também... Sinto saudades da minha avó e do seu abraço apertado, do meu avô e suas brincadeiras e sua disposição. Sinto saudades das pescarias com meu pai. Sinto saudades das discussões com minha irmã. Sinto saudades de beber "todas" com meu cunhado e jogar muita conversa fora. Um dia feliz foi quando sentei no bar da faculdade a noite com um amigo para conversarmos sobre coisas da vida. Um outro dia feliz foi quando recebia pessoas em minha casa para discutir problemas filosóficos. Outra situação feliz era quando nos reuníamos na casa de um amigo e ficávamos imaginando futuros possíveis. Uma vez também com um outro amigo, no muro do colégio durante uma festa no mesmo, brincávamos que ele seria o músico e eu o escritor. Tudo isto agora está morto e esse que surge, tributável, moderado, previsível não é quem eu queria ser. Toda uma vida que já se foi antes mesmo de começar. Um único resquício ficou, pequenino como o grão de bico que era a alma do Paul Giammatti no filme que comentei abaixo "Almas à Venda".  
       Não custa nada o leitor caso tenha mais tempo do que divulgar meu blog por aí, tentar atrair mais público, ou fazer qualquer coisa do tipo. Não custa deixar um comentário, seguir-me no seu blog. Não custa nada quem ler aqui querer estabelecer contato, construímos uma plataforma de escritores e leitores, qualquer coisa do tipo. Não custa nada formarmos um grupo de cultura para alimentar esse vazio que sinto, e caso você também o sinta, o seu vazio também. Temos tantos recursos hoje em dia! Tenho um roteiro para um filme, muito interessante. Um roteiro mesmo (diferente do teu Zé, kkk), com uma história ultra interessante. Mas vou deixar de lado, porque talvez não consiga desenvolver sozinho. As pessoas hoje não ligam uma para outra para jogar conversa fora? No mais, talvez esteja carente intelectualmente, talvez seja apenas um momento. Não dê importância, sou cheio de altos e baixos. Nada que Carbolitium não resolva....

Igan Hoffman

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Preocupações

      Confesso que me senti mal vendo as tragédias no Rio de Janeiro ocasionadas pela chuva. Senti-me principalmente por minha preocupação ser tão cotidiana... No momento em que as cenas de desgraça passavam no televisor, eu estava pensando que este seria o assunto do meu blog de hoje. Parece um disparate! Um jornalista não pensa desta mesma forma?
       Estão vendo a quantidade de pessoas que simplesmente morreram? Cenas de um Armagedon! Não deu nem tempo ainda para pensar "como era jovem!", ou "nunca fez mal para ninguém!". Ainda nem contabilizaram os mortos. Eu preocupado com o cemitério em exposição em Blumenau, os corpos no Rio de Janeiro sendo carregados de caminhão cobertos com lona. Confesso que me emocionei com a retirada do bebê e me apavorei por se ter tirado o pai tanto tempo depois. A princípio também me impressionei com a luta pela vida, daquela mulher que estava ilhada na laje de  sua própria casa e que a puxaram com uma corda. Impressionante como eles acertaram a corda nela. Depois, quando vi ela dando entrevista (se é que aquilo pode ser chamado de entrevista), entendi porque ela queria salvar também o cachorro. Mas tudo bem, ela não tem total culpa, é vítima. Imbecil sou eu que no meio de tanta injúria fico imaginando o que se passa na cabeça das pessoas, analisando como lutam para sobreviver, tentando compreender seus impulsos, seus atos. Inteligente o jovem que salvou a mulher, difícil jovem aparecer no jornal porque fez alguma coisa de bom. Não que eu não acredite na juventude, mas vou te dizer, esses jovensinhos de agora são de dar nojo. E desculpem se ofendi alguém, talvez seja ainda efeito das últimas notícias. "In you head, in your head, ZOMBIE".

Igan Hoffman

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Escrever Diários

       Escrever um diário é uma forma de exaurir-se de certas emoções. Escrever para si mesmo parece até mesmo atitude de louco. Só quem escreve diário sabe ser solitário! Escrevo-os já há muito tempo. Tenho bem mais que uma dezena desses caderninhos de noventa e seis folhas preenchidos em uma gaveta. Quem sabe se um dia serão lidos? Quem sabe se sobreviverão a loucura de quem os escreve, se num dia conturbado eu não faça como Freud e resolva queimá-los, assim, só pelo prazer de tornar cinza o que em outro momento era matéria? Um vez por outra eu retorno em um desses cadernos do passado, e descubro ali uma outra pessoa, que por vezes é o mesma de agora, mas só na essência. Não existe meio mais eficaz de se conhecer o íntimo de uma pessoa do que lendo os seus diários. Por isso talvez eles mereçam a fogueira. Sei que para mim escrever os diários tornou-se uma neurose, e enquanto eu não poder substituí-la por outra, vou continuar a escrever os diários. Até hoje, nunca os apresentei para ninguém. Estão lá, guardados, como registros do passado, um registro melhor que qualquer ferramente de multimídia, pois capta o interior de quem os escreveu. Quem sabe um dia os torne público!? Difícil, há muito de mim mesmo ali, situações que só fariam sentido a quem escreveu, porque foi escrito para mim. Talvez algumas coisa podem vir a ser públicas. Diferente do que trabalho aqui neste blog, que tento evidenciar momentos que podem ser interessantes não só a mim, mas pelo menos a outros semelhantes. Essa é a segregação que há aqui, isso é o que nos faz Hiperbóreos, como está descrito no Epílogo deste blog.
           
Igan Hoffman


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Futuro de Ficção

       Assisti ainda há pouco um artista do meio musical na Twitcam. Ele estava com dois mil viewers. A coisa estava funcionando ao vivo, ele na sua casa, eu na minha, e mais duas mil e poucas pessoas em suas casas, bares, trabalhos, ruas, embaixo das pontes, barracos, zonas, inferno, etc. Esse mundo trás tantas novidades tecnológicas!...
       Duvido que nossos pais na idade em que eu estou agora imaginavam tudo isso, desse avanço que vivemos. Na época, ainda era obra de ficção! O que imaginamos agora que será ficção no futuro? Imagino nosso futuro bem menos promissor. Cada vez mais realmente caminhamos para o holocausto. Todo esse avanço terá talvez apenas uma finalidade: proteger a humanidade da extinção absoluta! Eu não queria falar sobre isso aqui, mas não pude evitar. Sou sincero em dizer que há momentos em que todo esse avanço me assusta. Tudo que é usado para o bem poderá também ser usado para o mal. É aquela velha história do poder nas mãos erradas. Como essa situação das Coréias, de Israel com a Palestina, do próprio EUA com o Iraque, a coisa tem estado tão preocupante, que já nem sabemos mais qual o lado do bem e qual o lado do mal.
       Não sei se me fiz entender, tenho estado meio sobre efeito de sono e álcool. Mas essas coisas me deixam para baixo. Não consigo entender como um evento que é para me animar consegue me colocar para baixo. Acho que me preocupo demais com as coisas querendo buscar sentido, quando muitas vezes o único sentido é não ter sentido algum. Se assim for, então foda-se e vou encher a cara de bebida. Não quero acreditar, sigo em minha busca pela verdade universal. Pergunto aos leitores, qual a verdade universal? O que é realmente verdadeiro, realmente certo? Qual o sentido da vida?

Igan Hoffman

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eric Voegelin e Richard Rorty à luz de Wisky

       Já faz mais de uma semana que estou me cobrando uma visita na Biblioteca da Universidade para pegar de empréstimo algumas obras dos filósofos Eric Voegelin e Richard Rorty. De Eric Voegelin li "Reflexões Autobiográficas", o qual é um bom guia introdutório ao seu pensamento. Fiquei já impressionado com a noção de História de Voegelin. Ele encara Hegel e cospe no materalismo histórico! Não existe esse História dialética como queria Hegel! A História pode acontecer em acontecimentos isolados, sem conotação entre si, e/ou que também fogindo a um sentido cronológico. A visão de História de Voegelin é muito mais abrangente, e isto é bom, porque quando pensamos estar diluindo uma idéia, surge um filósofo que capta as coisas sobre uma nova perspectiva.
      Passando para Rorty, acho que foi em "Objetivismo, relativismo e verdade - Escritos Filosóficos I", que achei contradições primárias em sua realidade pragmática. Escrevi umas cinco folhas sobre tais achados, ainda que não tenha cometido grandes avanços no que tange o entendimento da obra deste filósofo. Acho até que nesse caso entrei pela porta errada. É muito importante esse negócio de entrar pela porta certa quando vai se penetrar no pensamento de algum filósofo, senão a gente acaba sendo embaralhado e por fim confundido. Dissequei tanto Sartre que após um tempo, seu pensamento estava para mim claro como cristal. Não sei se ainda disponho de paciência para me dedicar a tal propósito uma outra vez, debruçar-me horas a fio buscando a compreensão dos textos -- com ajuda dos mais variados recursos, dicionários filosóficos, obras extras, dicionário de termos latinos, termos gregos -- em relação a outros filósofos, até porque nem todos são tão interessantes quanto Sartre. Tenho aqui uma frase d'O Muro" "algumas horas ou alguns anos de espera dão na mesma, quando se perde a ilusão de ser eterno" que nos remetem à questão se em determinadas situações vamos continuar pensando como pensávamos antes, e se também o pensamento não acaba por ser assim relativo. Bem, quanto a minha ida à Biblioteca Universitária que era do que falava no início, não sei quando vou concluí-la.
PS. Caso tenha cometido algum erro no texto acima, queira me perdoar, já estava escrevendo à luz do Wisky.

Igan Hoffman

Cemitérios: o que eles são!?

       Passo todos os dias de carro na rua que costeia a lateral de um cemitério aqui em Blumenau, e vejo as cruzes, os túmulos e até mesmo as lápides, hoje vi o nome de Lourival. É a primeira cidade em que o cemitério é assim tão a vista e tão perto, e ainda mais curiosamente, na frente da escola. Parece algo a La Lestat ou Annie Rice. Não tenho medo de cemitérios, e nem de almas penadas, mas estes dias tinha uma turma de adolescentes transviados sentados ali nas escadarias que pensei ser uma ofensa se alguém tivesse que driblá-los para chegar a ver o túmulo de algum defunto familiar. Não entendi ainda o porque do desconforto em mim, só sei que não me sinto bem com cemitérios tão aparentes. Seria melhor que o muro fosse mais alto, e que a entrada fosse mais segura. Sim, os mortos também precisam de segurança, tal é o nível de insanidade a que chega certos indivíduos, capazes de fazer horrores com defuntos, desde depredação à arrombamento de túmulos para saltear dentes de ouros, até crime de necrofilia. Quando eu era pequeno procurava ossada de cachorros mortos entre os perais das capoeiras dos escombros de Imbituba, para arrancar-lhes os caninos e fazer de colar, era como ter um troféu. Confesso que me sentia extremamente mal em fazer isso, e uma sensação muito estranha se apossava de mim. Fazia para ser aceito no grupo de pessoas que eu andava, para provar que tinha coragem. Não gosto de animais de estimação, mas sentia que aquele cachorro ainda estava ali, reinvidicando seu canino que eu acabara de arrancar, era algo muito esquisito! Agora imaginem essas pessoas que transam com defuntos! Doentes?!
 Sempre que passo por esse cemitério supracitado penso: será aqui que vou ser enterrado? Mas não tenho terra em cemitério algum, então onde serei enterrado? Será que estarei morando em qual cidade quando morrer? De nada vale essas perguntas porque não podem agora serem respondidas, e às vezes, podemos nem ser enterrados, basta morrer em um acidente aéreo onde os corpos não são encontrados, ou em uma outra forma de desastre; ou mesmo ser sequestrado e abandonado onde ninguém possa encontrar. Tudo isso passa por minha cabeça quando passo em frente daquele cemitério, e isto é diário. Cidade estranha esta! Costume esquisito! Em toda civilização antiga que conhecemos os corpos ganhavam certo cuidado especial e eram guardados em locais sagrados. Como fomos evoluir para enterrar os corpos na beira da estrada com os túmulos estremamente evidentes? Há algo de alemão nisso? Soa nazifacista não? Não quero fazer analogias absurdas, nem mesmo recriminar qualquer povo de qualquer cidade, mas que é estranho é. Não devem renegar seu passado de sangue, dor e sofrimento. Por isso, detesto que tenham cemitérios assim aparente. Por isso certas famílias enterram seus entes no quintal de suas casas. É uma forma de assegurar o respeito pelos que morreram. Mas tudo bem, quem morreu, morreu, o que resta? Um amontoado de ossos velhos e cabelos, depois só os cabelos, depois só o pó, e ao pó voltamos.

Igan Hoffman

Um idiota na segunda-feira!

       Vou ganhar uma nova cicatriz! Acabei de dar um corte no pé direito que merecia pelo menos uns dois pontos. Eu estava indo ao banheiro com uma long neck Heinecken em uma mão e meu caderno de anotações na outra, pensando em recomeçar um novo modo de viver a vida, aproveitando a ocasião de ser dia 10 e de estarmos em uma segunda-feira, quando deixei, não sei porque cargas d'água a garrafa escorregar de minha mão, e para não deixá-la cair sobre meu pé direito, retirei-o do chão e quando retornei com ele eis que pisoteio um caco da garrafa estilhaçada. Não senti cortar, mas de repente meu pé começou a sangrar muito, e então procurei por um corte, encontrei-o na lateral interna do pé, pressionei-o com papel higiênico e vim pulando com uma perna só até a porta do quarto pedir para a Ana que estava dormindo me ajudar. Ela ainda demorou para acordar, apesar de todo o barulho da garrafa se arrebentando no chão e do meu chamado. Quase desmaiei umas duas vezes, nem parecia que estava acostumado com estes tipo de coisas. Nos outros parece tão mais fácil! E para variar eu não tinha nem gazes nem ataduras em casa (em casa de ferreiro o espeto é de pau), o que me obrigou a improvisar um curativo com band-aid, uma máscara facial de algodão e um pano. Engraçado este tempo que a mente leva para se dar conta de que algo está errado. Quando olhei para dentro do banheiro, estava parecendo que ali havia acontecido um crime, quando na verdade era um pequeno acidente doméstico, de alguém desligado que anda com os pés descalços bebendo cerveja a uma hora da manhã, imaginando possíveis recomeços. Agora estou com meu pé latejando. Senti-me muito idiota depois de tudo isso...

Igan Hoffman

domingo, 9 de janeiro de 2011

Visitando Balneário Camboriú


       Hoje fui á Balneário Camboriú na Unipraias. Muito interessante o local, um Teleférico incrível. A Praia das Laranjeiras do outro lado do morro é maravilhosa com sua água azul e calma. Agora, a praia central, além de estar lotada, o que deixa pessoas pouco sociáveis um pouco constrangidas, tem uma água escura e contém muita sujeira como plásticos e folhas. Estranho estar tanta gente nesses 6 Km de praia! Bem, a água é morna, fiquei um pouco preocupado sobre se isso era mesmo a temperatura natural dela. O bom da praia é mesmo os quiosques que permeiam toda a calçada com ofertas as mais variadas de bebidas e quitutes, além do aluguel de cadeiras e guarda-sóis. Almocei Línguado Imperial, bom prato, com línguado empanado, línguado assado, camarâo empanado, bolinho de camarão, fritas, e acompanhamento de arroz, feijão, pirão de peixe e limão. Antes apreciei umas casquinhas de siri, impressionantemente saborosas. Almocei no restaurando do primeiro andar da entrada para o Teleférico da Unipraias. Não me lembro o nome, lembro de almoçar praticamente ao ar livre, com uma brisa deliciosa sobre eu e minha família.
       Bem, as 13h da tarde resolvemos vir embora, além de muito calor, estávamos já com saudade da privacidade de casa, do ar-condicionado, da televisão e da internet. Quando deitei na cama após o banho pensei: não há lugar melhor no mundo! É, às vezes, a nossa cama em nosso quarto, com as nossas coisas tornan-se mesmo as melhores coisas do mundo. Pode ser um pouco de retraimento meu, mas tem momentos que isso é a mais pura verdade. Hoje foi um caso destes.

Igan Hoffman

sábado, 8 de janeiro de 2011

Crise Existencial pós-A Estrada

       O fim da Terra parece algo cada vez mais evidente. Acabei de assistir ao filme A Estrada (The Road) dirigido por John Hillcoat, gênero drama e começo a captar a temática do momento: canibalismo e ir para o Sul. A questão de se em uma situação extrema devemos ou não matar um ser humano para servir de refeição, ou mesmo pegar um já morto para isso, já tomou partido em livros, filmes e até mesmo na vida real. Já a questão de ir para o Sul é meio que um sonho americano para fugir do inferno (desculpa: inverno) no Norte. Antes a temática destes filme e livros era religiosa, agora a preocupação é com os sobreviventes, como nos filmes O Livro de Eli (The Book of Eli) dirigido por Albert Hughes e Allen Hughes, gênero aventura, apesar desse ainda ter alguma coisa de religião e mesmo A Estrada. E se o fim da Terra resultar na morte de todos os seres humanos? Seria algo mais, ou menos assustador? Bem, tento captar o que há de mais filosófico e existencial nesses filmes, e ignorar eles terem encontrado uma lata de coca-cola ainda bebível e com gás em uma máquina de refrigerantes, e terem dito, "que gostosa" (in A Estrada). No filme A Estrada quando os protagonistas principais encontram uma espécie de esconderijo subterrâneo equipado com muitas latas em conserva, velas e livros, a sugestão é para pensarmos que algumas pessoas já estão se preparando para algo assim, um cataclisma, uma epidemia astronômica. Isso já começa a ser uma neurose hoje em dia. Outra situação que nos toma de assalto é que estes que preparam este esconderijo são encontrados mortos, pendurados em um rancho, por suicídio. Ou seja, mesmo que tenhamos comida e abrigo, é preciso além de tudo encontrarmos uma razão para viver. É o que fez com que os protagonistas do livro conseguissem durar tanto tempo em meio a um cenário de destruição e luta por comida. O mesmo acontece com o protagonista do filme O Livro de Eli, incorporado por Denzel Washington, que se apega na crença de que tem uma missão. É essa a mensagem atual. Começo a pensar que essa mensagem nos serve em demasia mesmo sem estarmos vivendo em um mundo pós-apocalíptico, porque em meio ao mundo atual já vivemos a situação desesperadora de não se encontrar motivos para viver, e isso talvez tenha contribuído para aumentar o número de suicídios e casos de depressão nos últimos tempos. Bem, alguém que ler isso aqui, deve agora  estar dizendo, "eu tenho um motivo para viver!". Mas pense que os motivos que encontramos para viver em sua maioria estão sobre estruturas cujos alicercer são fracos, e a qualquer momento eles podem desaparecer. Por exemplo, quando dissemos que os motivos para estarmos vivos são nossos filhos, se algo trágico acontece e nossos filhos morrem, acabamos por desejar a morte também. Reconheço que esse é um assusnto pesado e difícil. É difíicl mesmo num mundo como o nosso encontrar motivos outros para viver, que não o apego as pessoas que realmente amamos e em outros casos a crença inconsciente na religião. Já tentei a esmo encontrar a verdade, fiquei quase uma hora com um colega teóloco (desculpe: teólogo) conversando sobre isso e não consegui chegar a um denominador comum. Esse vazio que carrego por vezes me dilacera, mas é uma busca que já me fez mergulhar em muitas leituras, apesar de atualmente eu estar com bem menos esperança, começando a pensar que a vida é isto mesmo que aí está, e que não se exige qualquer sentido, apenas viver e morrer, morrer e pronto. Nesse sentido, o existencialismo é para mim muito afetivo, porque nele ainda há uma espécie de salvação. Penso que esta é minha geração, são os filmes que nós assistimos, as músicas que nós ouvimos, o sentido consiste em daqui a vinte anos eu estar obsoleto, e uma nova geração estará fazendo sentido para eles naquele momento com os filmes deles e as músicas deles. Uma espécie de niilismo. Se alguém tem uma resposta lógica, ou mesmo realmente satisfatória, que possa estar me passando, escreva aqui embaixo nos comentários. Vai estar ajudando muito...

Igan Hoffman

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Filmes na fila e Músicas que não ouço mais

Próximos filmes a serem assistidos: "O Leitor" > indicação do Zé Gota   e "Once - apenas uma vez" > indicação do Kelvin http://arfh-arfh.blogspot.com/.

Música que indico, algo pouco conhecido no Brasil, esta banda uruguaia me foi indicada por um colega uruguaio há uns quatro anos atrás. É uma mistura de Paralamas do Sucesso com Skank e

Dica Emo:
Augustana ouvi no carro durante um bom tempo

Não curto mais porque perdi a paciência, mas na época era legal...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dia Cheio!

       Dia cheio, mal consegui tempo para escrever. Não poderia deixar de publicar aqui, mesmo sem tempo. De qualquer forma fiz um comentário no blog http://lauromullernews.blogspot.com/

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Filmes Aproveitáveis e Aprovados por Igan Hoffman

Segue uma lista de filmes aproveitáveis e aprovador pelo nosso autor Igan Hoffman:


A vida  é Bela (La vita è bella) (1997) é um filme italiano, uma comédia dramática dirigido e protagonizado por Roberto Begnini. No filme pode-se ouvir a bela música Les contes d'Hoffmann

 


 
Sinopse
Na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, Guido, filho de judeus, é mandado para um campo de concentração, juntamente com seu filho, o pequeno Giosuè. Guido é um homem simples, inteligente e espirituoso, um pai amoroso, e graças a isso consegue fazer com que seu filho acredite que ambos estão participando de um jogo, sem que o menino perceba o horror no qual estão inseridos.
 
 
 SideWays - Entre umas e outras (2004) , comédia dramática cujo diretor é Alexander Payne, e no elenco temos Paul Giamatti, Sandra Oh, Virginia Madsen, Thomas Church. (gosto muito dos filmes com o Paul Giamatti, atualmente assisti Almas à venda, não é um bom filme, mas Paul Giammati tem excelente atuação).

 
 

Sinopse

Miles Raymond (Paul Giamatti) é um homem depressivo, que tenta se tornar um escritor. Miles é fascinado por vinhos e decide dar como presente de despedida de solteiro a Jack (Thomas Haden Church), seu melhor amigo, uma viagem pelas vinículas do Vale de Santa Inez, na California. Eles partem juntos na viagem, mas logo se envolvem com duas mulheres. Jack conhece Stephanie (Sandra Oh), a funcionária de uma vinícola local, que faz com que ele queira anular seu casamento, que está marcado para daqui a poucos dias. Já Miles se interessa por Maya (Virginia Madsen), uma garçonete que tem o mesmo apreço por vinho que ele.
 

 

 

 

 

 

 

 
Na Natureza Selvagem (Into the Wild) 2007, direção de Sean Penn, um drama aventura, elenco com Emile Hirsh (atuação incrível), Márcia Harden, Kristen Jaymes Stewart (atriz de Crepúsculo). Destaque para a trilha sonora de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam.

 

 


 

Sinopse

Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após 2 anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca.

 

 

 

 

 

 

 
The Wall (1982), cujo diretor é Alan Parker, o mesmo do filme Expresso da Meia - Noite, e é baseado no álbum The Wall do Pink Floyd. O roteiro foi produzido pelo próprio baixista e vocalista, o fantástico Roger Waters. Dispenso sinopse, só digo uma coisa, assistam, não vale a pena morrer sem ter assistido a esse filme.


 

 

 

 
Max Manus - O Homem da Guerra  (2008), ação, dirigido por  Joachim Rønning e Espen Sandberg, elenco Aksel Hennie, Agnes Kittelsen, Nicolai Cleve Broch, Ken Duken, Christian Rubeck

 

Sinopse
 Depois de lutar contra os comunistas, Max Manus retorna à sua terra natal, atualmente ocupada pelos nazistas. Ele se alista em um movimento de resistência contra os alemães, quando acaba sendo preso. Ao Conseguir fugir, vai para a escócia, onde recebe treinamento especial antes de ser enviado de volta para realizar várias missões de sabotagem. Após a primeira missão bem sucedida com sua equipe, O Grupo de Oslo, ele se torna um alvo potencial do comandante da Gestapo. A guerra se torna cada vez mais brutal e os amigos de Manus perdem suas vidas em combate, porém com a ajuda dos britânicos, o herói mantém firme a resistência enquanto tenta livrar seu país da ocupação nazista a qualquer preço.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Recomeço

      Mais uma vez eu apareço no mesmo dia. Estou me sentindo péssimo. Meu sono é quase eterno, uma cefaléia insuportável misturada com esse calor escaldante e a falta de vontade preencheram minha tarde. Mas resta ainda uma esperança. Não posso apenas estar assim morto, tenho que conseguir me reerguer. Amanhã farei uma programação diferente. Amanhã vou dormir pela manhã, e por Deus, eu hei de dormir, e  a tarde vou levar meu carro para lavação. Durante o período em que meu carro estiver na lavação e até um pouco mais vou repousar o notebook em alguma mesa e começar a trabalhar no meu livro. Dia 05 de janeiro de 2011 será então o dia que reiniciarei meus trabalhos intelectuais. Ou eu faço isso, ou eu me mato.

Igan Hoffman.

Dias de Nietzsche em Turim

      Estou doente! Sem sombras de dúvida que estou doente! Não posso me relacionar nem com o que há de mais elementar em mim. Procuro uma fórmula que me salve de mim mesmo, e por todo o lugar por onde a procuro, não a posso encontrar. Encontra-la-ei algum dia? Quem poderá saber?
      Acordei as três horas e me pus -- depois de um banho em que tentava me sentir humano novamente -- à reassistir a obra cinematográfica brasileira Dias de Nietzsche em Turim. Tenho uma visão tão particular de Nietzsche que o filme por vezes me parece uma ofensa. Sim, há princípios de humor na obra,  não é como se estivessem ou mostrando a verdade ou enaltecendo o filósofo. É como se estivessem lhe tirando sarro!  Não é um drama biográfico, é uma sátira. Não gosto disso, apesar de toda a situação, Nietzsche deve e deverá sempre ser respeitado, ele é um destruidor de paradigmas, e nos deu, de certa forma, uma possibildade nova de enchergarmos a vida. Bressane, o diretor, acerta ao menos em utilizar a noção de Eterno Retorno no filme, pois esse é um dos grandes pilares do pensamento nietzscheano, pois é a partir da consciência do Eterno Retorno que a pessoa se prepara para executar a Transvaloração de Todos os Valores. Por isso o existêncialismo ateu está ligado ao pensamento de Nietzsche, porque assim como o Eterno Retorno o existencialismo parti da consciência de que a única forma de salvação do homem esta nessa terra no período em que ele vive, incitando o homem a partir em busca de se salvar.
      Mas como ia dizendo, estou doente! Não consigo resgatar em mim aquele amor à vida, aquela vontade de caminhar por aí, buscar praças tranquilas em que eu pudesse me sentar e ler um livro ou mesmo escrever. Não tenho mais aquela vontade de visitar bibliotecas e aquele modo de aproveitar o seu silêncio para estudar as obras da filosofia, costume meu tão peculiar e que foi um hábito quase diário durante certo tempo. Hoje, as obrigações da vida me tiram a paixão de viver, e a dificuldade que encontro em achar devotos, em conseguir pessoas que ao menos lêem o que escrevo, ou qualquer pessoa que se interesse pelos temas aqui proposto, faz-me atirar em futilidades que roubam cada vez mais meu espírito. A sustentação do meu ser se faz pelo que ele pode captar das horas e dos dias, e pelo menos no último ano ele tem estado doente, pois tudo o que ele resgatou foi uma tentativa desesperada de deixar as coisas em ordem para dar prosseguimento ao trabalho intelectual. Não mais buscar o conforto para a produção, produzir em meio a guerra, em meio a tornados, tempestades, maremotos, doença, esse é meu objetivo hoje, isso é o que concluo da minha vida.
       Tenho medo que tal empolgação seja apenas uma herança da influência de Nietzsche em minha vida. Se for, mais uma vez cairei no vácuo do obscuro, se não for, estarei brilhando como uma fênix. O tempo demonstrará com bastante precisão o que foi feito de mim. Não nasci para ficar tentando manter um padrão de vida ou mesmo certas aparências. Nasci para ser alguém capaz de eclodir nos céus a mais nova e certa percepção das coisas e do mundo. Busco a verdade, busco o sentido da vida...

Igan Hoffman

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Today, I Hate Myself

       Hoje estou sem paciência. Passei o dia de saco cheio e não gostaria de que amanhã também fosse assim. Minha auto-estima está muito baixa, e não consigo mais me ver como me via antes. Devo estar sofrendo de algum mal diagnosticável, mas que por indolência e um pouco por medo mesmo não procuro na medicina um tratamento. Meu dia foi uma covardia! Nada que eu faça agora poderá remediar a tristeza interna que sinto da minha própria existência.
       Um dia como o de hoje é um dia a menos, é um dia passado sem vida, amorfo, vil. Quantas viagens perdidas, quantos encontros renegados, quantas experiências não vividas! Delírio? Esse, talvez, seja o único minuto de lucidez reservado a esse dia. Manter-me quieto e seguir me arrastando entre os comodos do apartamento, com uma vontade que parece ser uma mistura de morte e de doença. Antes tivesse sido Padre! Antes tivesse ido para o Tibete estudar com os monges! Antes tivesse escolhido outra carreira, outro caminho, fosse mais ousado quando a situação permitia ser! Agora tudo resulta de certa forma inútil e não se pode mais ousar em vista os seus dependentes. Hoje não vivo, vegeto!
      Agora, é tentar um mínimo de concentração para suportar estas últimas horas até vencer este dia, falta pouco. Esperar no amanhã, acreditar que poderá ser melhor, apesar da montanha de coisas que tenho que fazer e que já vem me fazer peso nos ombros. Sei que não será fácil, é matando um dragão por dia. Tudo bem, também não o deve ser para a maioria das pessoas. Não é fácil mesmo consiguir ser quem se quer ser. Today, I hate myself.

Igan Hoffman

domingo, 2 de janeiro de 2011

Almas à Venda

       Acabei de assistir ao filme Almas à Venda com o ator americano Paul Giamatti, que por sinal quase sempre admiro sua atuação. É certo que muito do que poderia ter sido explorado no filme em relação as questões filosóficas, do que seria a alma sem o corpo, ou a alma em um corpo que não é o dela original, ou o corpo sem a alma foi meio que deixado de lado para dar prosseguimento ao filme, focando a questão mais no tráfico de almas. Bem, adorei ter entrado numa Rússia fria com Paul Giamatti como Paul Giamatti mesmo.
       O filme me tirou um pouco do "mareamento" que eu me encontrava após acordar. Sonhei tanto essa noite que devo ter entrado no sono REM umas 5 vezes. Acordei até dolorido, e nem dormi tanto assim. Vou estar escrevendo e lendo o dia inteiro, porque não há nada mais interessante que eu possa fazer. Estou me habituando a cada dia, em escrever diretamente no computador. Ainda mantenho meu caderno na cabeceira da cama, com  a caneta dentro, para possíveis anotações que possam me ocorrer durante a noite.
       Não gostaria assim como Paul Giamatti de ver minha alma. Tenho muitos receios em relação a isso, pois imagino que minha alma não seja nada interessante e deve ser até mesmo obscura. Acho que o fato de eu ver minha alma acabaria com o pouco que tenho de auto-estima. Seria melhor deixar as coisas assim. Também não teria a coragem de experimentar a alma de uma outra pessoa. Acotumei-me com minha alma, ela não me incomoda tanto assim, tem seu peso, eu suporto, deve incomodar bem mais aos outros.

Igan Hoffman

sábado, 1 de janeiro de 2011

O pior texto do blog!

Parece empolgante saber que mais um ano se passou. Quem me dera com ele poder ter ido tudo de podre que tem em mim. Sofro quieto... 2010 foi uma merda! Nada de surpreendente! Queria ao menos ter ganhado na megassena para construir aquele bunker! Seria pelo menos uma inovãção. O problema, ao que tudo indica, nem é mesmo o que posso ou não fazer com dinheiro, mas sim o que posso ou não me tornar com ele. A maioria piora...
Moralismos a parte, somente moralismos vãos, meu mundo já acabou. Vivo não, vegeto! Depois de ter absorvdo o espírito do existencialismo por inteiro, ficou aquele amargo na boca que parece nunca cicatrizar. Pelo menos ainda tenho alguns sonhos. No entanto, quem sabe se realizáveis? Meu mundo já acabou...
Lembro-me de uma época não muito longínqua em que a juventude era algo assim tão intenso que quando o Kurt se matou, uma legião de fãs cometeu suicídio junto com ele. Isso hoje em dia já não aconteceria mais. Os jovens melhoraram? Não, tornaram-se mais artificiais. Posso dizer sem arrependimentos: não gosto de jovens! O que o Renato cantava em sua música e que era uma crítica, "os jovens são tão jovens e fica tudo por isso mesmo" é na verdade a mais pura verdade. Claro que existe excessões, ele mesmo era uma quando jovem, por isso não gostava de que os jovens fossem vistos dessa forma degenerativa. Mas, salvo as excessões, a maioria que vemos hoje em dia de cabelo comprido tipo Emo, franja na testa tanto homens quanto meninas e tal, ouvindo algo como Fresno, CPM22, etc, é mesmo deprimente. Deprimente ainda é um adjetivo carinhoso, talvez seja melhor repugnante. A Pitty não...
Realmente é não ter nada para fazer fica escrevendo estas coisas bestas, deixa vou ler Eric Voegelin.

Esqueçamos os jovens  e admitimos, esse é o pior texto desse blog!