sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Para se passar um bom Revéillon e entrar com o pé direito no Ano Novo

Último dia do ano, para mim, está sendo:

1°:  Acordar sem vontade para nada;
2º:  Fazer as coisas máximas necessárias;
3º.  Estar chateado por ter que trabalhar no Revèillon e não se estar próximo à família;
4º:  Ouvir o vizinho de cima com um aspirador tão barulhento quanto o lançamento de um míssel. (Será que não era um míssel?)
5º:   Ter que aguentar os fogos desagradáveis o dia inteiro e ter que dormir a tarde para ir trabalhar.
6º:   Estar afim de tomar uns Pluct Plact e ir trabalhar barbarizando, espalhando o terror mesmo;
7º:   Não ser capaz de ir trabalhar com uns Pluct Plact, servir como sempre se serviu de forma honesta e responsável;
8º:   Ter de desejar feliz ano novo, para pessoas que você mal conhece e outras que nem conhece, sem vontade de o fazer.
9º:   Comer uma comida que você não estava preparado para comer, nem imaginava que algum dia comeria aquilo na virada.
10º: Chegar no primeiro do ano cansado, por ter passado a noite em claro, e não ter disposição para tentar ao menos comemorar qualquer coisa junto aos seus...

É isso, Feliz Ano Novo, mesmo que nem saiba o que isso significa!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Momento Insólito Vs Alguns Apontamentos Filosóficos de 2010

Pior que ontem, nada mais funciona. Já tentei os sete passos e aquela história do "só por hoje"! Tive que rir com uma cara no Twitter que disse que se ganhasse a megassena da virada, faria um bunker na sua casa.... realmente, achei uma boa idéia. Eu não faria muito diferente. Se ganhasse uma soma dessas, me isolaria de quese todos, assistiria um monte de filmes em um cinema particular, compraria uma metralhadora giratória, tornaria-me um bastardo gordo e rico.
O dia passou como um raio, nem mesmo o percebi. Agora, daqui para frente são só as obrigações familiares. Amanhã, último dia deste ano terrível que foi 2010. Nem por isso vou contar as horas, não nutro grandes esperanças para 2011, mas talvez eu consiga dar umas duas reviravoltas. Mês que vem fico mais velho...

Alguns pontos a considerar sobre 2010 no campo da filosofia

Vou ser sincero, procurei por muito tempo e até agora ainda não encontrei um sentido para a vida. Para que estamos aqui nessa terra, qual nosso propósito? Uns dizem que é a fé em Deus, mas a mesma fé em Deus pode ser a fé no dinheiro, nas ciências, na medicina. Dizem que não, que a fé em Deus tem o diferencial de ser mais lucrativa... depende do ponto de vista ainda, então não pode ser uma Verdade Universal. O que é esta vida, o que é o mundo, quem somos nós? A pergunta permanece sem resposta, por mais que se investisse nela, os filósofos de agora fazem o mesmo dos de antigamente, criam sistemas para se inserirem neles e poderem ignorar a pergunta fundamental. Será que todo mundo tem a mesma consciência que eu disso? Será que todo mundo sente a presença da morte tão verdadeira quanto eu sinto? Será que todo mundo sabe que vai morrer tão verdadeiramente quanto eu sei? Sérá que todo mundo tem a preocupação de não termos um propósito para além das nossas ocupações cotidianas? Penso que, se a vida se resumir ao que fazemos, é uma "paixão inútil" como diria Sartre. UMA PAIXÃO INÚTIL!

Quem sabo a noite fico mais emocionado....

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mais um dia de certo modo perdido.

Já estamos no vespertino. Há pouco, agora de manhã, eu tinha um mundo para conquistar, fazia projetos para o dia, imaginava que começaria algo realmente surpreendente. Agora a tarde a vida me escapou mais uma vez, não fiz qualquer viagem, não escrevi qualquer coisa assim importante, apenas segui, de certa forma a rotina diária e me tornei um pouco mais menos eu. Agora tenho de ir trabalhar, virarei a noite a cuidar de doentes e a coordenar uma equipe assistencial de enfermagem. Tem gente que ve algo de especial nisso. Eu digo: é o trabalho apenas. Bem, amanhã quem sabe, não amanhã não que amanhã estarei mais cansado. Sexta-feira então, pode ser que sexta-feira dia 31 de dezembro de 2010 mude algo. Bem, já é mesmo tempo de mudar....

A diferença - Um livro.

Nem que eu quizesse conseguiria chamar atenção do mundo? Quem sabe o que sou e o que posso fazer? Hoje estou aqui, cabisbaixo, ouvindo qualquer relíquia do passado como se fosse um momento de glória, com saudade de uma cidade pequena que odiava mas de onde extraí, de certo modo, minha cultura. O gênio de Proust não existia antes de Proust publicado. Assim também o gênio de Kelvin Vargas não existia antes do livro Segunda Dose publicado. Agora ele é escritor, antes ele queria ser escritor. Um livro publicado transforma a vida, imagina então uma obra de repercussão internacional, coloca o autor em um estandarte. Como talvez Paulo Coelho, que em matéria de arte não é lá grande coisa, mas que devido a mensagem subtraída a partir da leitura dos seus livros, consquistou o gosto popular de uma maioria mundial. Paulo Coelho conquistou sua eternidade, Kelvin Vargas está começando a consquistar... como aquele tocador de trumpe no livro A Náusea de Sartre. Como o próprio Antonie Roquetim protagonista dA Náusea.

INÚTIL

Tudo resulta inútil se tudo de certa forma acaba em nada. Toda a vida se transforma numa busca perdida. Sigo os passos de um senhor normal porque me é necessário para viver no social. No entanto, muitas são as vezes que sinto falta de uma caverna ou de uma cabana numa praia. Nostalgia do neanderthal?
  VQQQQQQA\|A\\Aa\qaXZA É A SEGUNDA VEZ QUE ESTRAGO UM TECLADO DE COMPUTADOR COM BEBIDA!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Efeito Insone

A vida me escorre entre os dedos e eu não sei onde ela vai parar. Não tenho vontade que concluo, meus pensamentos são positivos por vezes, mas descambam em meia página mal rabiscada. A solução, The Final Cut, já interiorizei várias vezes mas por Deus, executa-la-ei algum dia sem o saber. O que sobrou é esta massa de matéria amorfa, que sofre sem poder sofrer, que luta sem poder lutar e morre sem poder mais morrer. O trabalho à Machado, o trabalho à Sartre, renego cada dia em que fujo da caneta como o diabo foje da cruz. Aproximo-me do momento indissolúvel, qualquer coisa servirá depois...

Espírito de Ano Novo?

O tempo assim dividido em anos é uma mera convenção que remete ao egoísmo de um tal Padre Gregório e a ambição de um tal Júlio Cézar. É uma ignorância por si só, pois não remete com exatidão a contagem do tempo. Nascemos sem escolher nascer e somos lançados nesse mundo que já vem pronto com calendário e tudo, temos de nos ajustar para caber nele. Deixamos as perguntas de lado e acabamos por nos submeter a convenção para amenizar a angústia do nosso vazio.
                                                                       ***
Nesse Revèillon vou trabalhar. O trabalho é quase inerente a raça humana, salvo os vadios que são vadios de espírito. Vou trabalhar no Revèillon com a consciência tranquila! Não farei sequer uma promessa de ano novo, já não caio mais nessa faz tempo! O que eu podia saber do meu ano de 2010 nos fim de 2009? Sabia eu que iria morar em outra cidade, trocar de apartamento duas vezes, trocar de carro, começar outra faculdade, arrumar outro emprego? Não imaginava nada disso, e não sei o que será do ano de 2011. As pessoas são muito volúveis hoje em dia, não dá para planejar... E nossa existência acaba por depender da existência de outras pessoas, apesar de que constantemente estamos nos encontrando conosco, em nossas consciências, fazendo com que percebamos sobretudo a nossa solidão. Estamos sós, no mundo. Em 2011 o que me interessa é o que farei de mim daquilo que fizeram de mim.

Apenas uma interpretação existencialista...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fernando Pessoa

Outro dia estava lendo Ode Marítima do Fernando Pessoa e me entendiei. Sempre gostei de poemas longos, porque consigo viajar melhor na sua viagem. Li novamente Ode Marítima, sempre tive náuseas com aquele volante girando dentro de mim, junto com o volante girando dentro de Fernando Pessoa. Que merda é aquele paquete a distância, que não se sabe que se vem, senão por uma idéia de que vem. Fazia tempo que não lia Fernando Pessoa, e fazia tempo que não lia Drummond e Bandeira. Bandeira me pareceu escrever para crianças, Drummond para velhos, por isso prefiro Fernando Pessoa e seus heterônimos. E olha que já pirei lendo aquela esquisitice pessoana de Livro do Desassossego. Eu teria tanta coisa para dizer sobre Fernando Pessoa, porque já li tanto dele, que daria para escrever um livro. Mas hoje me contento com este pouco aqui.
Agora minha esposa chegou do trabalho, ela veio de ônibus, disse que não sabe o que é pior se o calor do ônibus ou o cheiro que emana das pessoas do ônibus...coitada!